“A instalação da EMA não vai ter custos para Portugal. Isto não é o Euro do futebol. Não vamos construir estádios para receber a EMA”, disse Rui Moreira durante a apresentação da candidatura do Portugal à relocalização desta agência.
A EMA terá de deixar o Reino Unido em março de 2019, no âmbito da sua saída da União Europeia, existindo atualmente 19 dos 27 Estados da União Europeia candidatos a acolherem o organismo.
Na cerimónia, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP) e do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, mostrou-se consciente das dificuldades desta candidatura.
Santos Silva optou por sublinhar os aspetos positivos que a cidade do Porto oferece para acolher a EMA.
“O Porto cumpre todos os requisitos” para esta candidatura, disse Augusto Santos Silva, para quem é “Portugal inteiro” que se está a candidatar.
Rui Moreira, reconheceu que uma candidatura como esta não seria possível há 10 ou 12 anos, pois não contava com os recursos atuais.
O vereador da CMP Ricardo Valente apresentou alguns pormenores da candidatura, como os três locais com capacidades para acolher a EMA: Palácio Atlântico, Palácio dos Correios e edifícios a construir na Avenida Camilo.
Entre as várias garantias que as candidaturas tiveram de apresentar constam os lugares na escola para os filhos dos funcionários, uma vez que existem 640 filhos dos quadros da agência que estão em idade escolar, dos quais 90% pré-universitários.
A capacidade hoteleira, a proximidade com o aeroporto e a rede de transportes públicos, além de questões como a segurança e a saúde, foram igualmente levadas em conta nas candidaturas.
Rui Moreira acredita que, na altura de analisar as propostas, o preço das cidades será levado em conta.
“O Porto é bastante mais barato do que Milão, que é um fortíssimo candidato”, disse.
Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a instalação da EMA em Portugal traria novas oportunidades para os investigadores e peritos na área farmacológica portugueses, além de outros benefícios.
Oportunidade que poderão passar por trabalhar na EMA, uma vez que 20% dos funcionários já manifestaram a intenção de não sair do Reino Unido, como recordou Rui Pereira.
O dossiê oficial de candidatura junto das instituições europeias, propondo a cidade do Porto como futura sede da organização, foi entregue na segunda-feira.
O processo entra agora na fase da diplomacia, como afirmou Santos Silva.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros tem doravante a responsabilidade de conduzir este processo”, disse o ministro, recordando que em novembro deverá ser conhecida a cidade que acolherá a EMA nos próximos anos.
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