Em comunicado, o instituto do Porto afirma hoje que no setor industrial há empresas que geram calor em excesso e outras que procuram calor para utilizar nos seus processos industriais, mas também consumidores que procuram aquecer as suas casas.

"Agora há uma maneira de se encontrarem", refere o INEGI, destacando a plataforma 'online' EMB3Rs, que, desenvolvida pelos seus investigadores, permite "analisar de forma integrada diferentes soluções de aproveitamento de calor residual”, fazendo a correspondência entre quem produz e quem consome.

A plataforma, que é gratuita, resulta de um projeto com o mesmo nome liderado pelo INEGI, que tinha como objetivo "melhorar a competitividade das indústrias com utilização intensiva de energia na Europa".

O projeto, financiado pelo programa Horizonte 2020 em cerca de quatro milhões de euros, reuniu 16 entidades de oito países europeus.

Citada no comunicado, a responsável pelo projeto no INEGI, Mafalda Silva, explica que o calor residual é "um subproduto resultante de processos produtivos” que, por várias vezes, “é libertado na atmosfera ou segue para torres de refrigeração".

No entanto, salienta Mafalda Silva, "existem tecnologias que permitem evitar este desperdício e reutilizar essa energia".

Dando como exemplo uma empresa de produção de vidro que usa fornos de alta temperatura para derreter as matérias-primas, o INEGI afirma que, com a nova plataforma, a empresa pode descobrir como reutilizar o calor noutros processos dentro da própria fábrica ou com um fabricante vizinho, por exemplo, de móveis, que precisa de calor para secar a madeira antes do processamento.

"O reaproveitamento é importante para a eficiência energética e consequente rentabilidade financeira", salienta Mafalda Silva, destacando também a importância do reaproveitamento a nível ambiental, "já que 80% desta energia é de origem fóssil”.

Com o intuito de aproximar produtores e consumidores, a plataforma apresenta "as melhores soluções", permitindo aos utilizadores explorar de forma autónoma as soluções possíveis para "rentabilizar a energia em excesso".

Ao reduzir o tempo necessário à realização de estudos de viabilidade técnica e económica, o instituto salienta que este é "um recurso ideal para as pequenas e médias empresas (PMEs) que tipicamente têm menores recursos para investir".