O SWitCH, com 60 vagas disponíveis, é um programa de requalificação orientada para jovens que possuam licenciatura, mestrado ou doutoramento, de diferentes setores de atividade, permitindo-lhes integrar a área das Tecnologias da Informação (TI), onde existe "uma carência de milhares de profissionais e excelentes perspetivas de uma carreira profissional", comunicaram as duas entidades.

Procurando combater o desemprego e o emprego precário, este projeto integra um estágio remunerado de um ano para os participantes, "garantindo inserção efetiva no mercado de trabalho", lê-se na nota informativa.

De acordo com o coordenador do projeto por parte do ISEP, Angelo Martins, Portugal continua a registar falta de recursos qualificados para as empresas tecnológicas.

"A iniciativa INCODE.2030, do Governo, que apoiou a criação do SWitCH, estimou em 15 mil o défice de profissionais nesta área em 2020. No entanto, o 'boom' recente no investimento estrangeiro nestas áreas levam a que esta estimativa seja conservadora", afirmou à Lusa.

Segundo o próprio, este défice tem em consideração a capacidade de formação atual pós-secundária e no ensino superior.

"Se não forem encontradas pessoas, os investimentos não se vão materializar. Por outro lado, há muitos quadros desempregados ou subaproveitados, que podemos requalificar e facultar-lhes carreiras profissionais de sucesso", frisou.

A nível da Europa, continuou, estima-se que se registará, em 2020, um défice de 800 mil profissionais, "pelo que não é solução importar quadros dos restantes países europeus".

A primeira edição do SWitCH, que arrancou em setembro de 2017 e reuniu mais de 200 candidaturas - das quais 29 foram selecionadas, de áreas desde Música a Engenharia Civil - "decorreu como previsto", tendo os participantes atingido "um grau de competência notável na área do desenvolvimento de software, em todo comparável à de um licenciado".

Angelo Martins indicou que o estágio remunerado junto das empresas associadas da Associação Porto Tech Hub, o que pode garantir "uma empregabilidade a 100%", devido à "enorme falta de profissionais na área do Desenvolvimento de Software".

Segundo dados do Eurostat, Portugal é "o país da União Europeia que nos últimos anos mais aumentou a proporção de população empregada pelo setor das TI. É um cenário que queremos que continue a crescer", salientou.

Questionado sobre que falta para uma maior adesão dos jovens às áreas das tecnologias e digital, o coordenador disse que a Informática tem "uma imagem estranha junto do grande público, associando-a frequentemente a 'nerds', 'geeks' e 'hackers', a trabalhar a horas estranhas e comer pizzas".

"Nada mais errado", afirmou Angelo Martins, referindo que a "esmagadora maioria dos profissionais são pessoas normais, que trabalham em empresas modernas, com condições de trabalho ímpares e horários normais".

Além disso, pelas suas caraterísticas, a informática "permite aos seus profissionais uma muito fácil mobilidade de emprego a nível europeu e mundial, sem as burocracias e problemas de reconhecimento que afetam muitas áreas", acrescentou.

O programa SWitCH integra uma componente letiva com duração de nove meses, com uma formato "único a nível nacional", e um estágio remunerado, de 12 meses, numa das empresas tecnológicas do Porto associadas da Porto Tech Hub (atualmente são 14).

Os estudantes da primeira edição encontram-se no final da componente letiva e serão em breve integrados na fase de estágio em empresas como Critical Software, Critical Manufacturing, Blip, Fabamaq, Armis, IT Sector, Codigree, Farfetch e I2S.

As inscrições encontram-se para o programa, que, à semelhança do ano anterior tem o custo de 2850 euros, numa primeira fase, estão abertas até ao dia 09 de julho, com a segunda fase a decorrer entre 14 e 18 de setembro.