O coordenador do estudo, Francisco Cruz, explicou hoje que não havia, até à data, confirmação se a injeção de botox na bexiga, procedimento que já vinha sendo utilizado no tratamento desta patologia, era de facto eficaz ou se se tratava de um efeito placebo.

Assim, para esclarecer a questão, os investigadores levaram a cabo um estudo clínico que permitiu avaliar de perto a evolução e os sintomas descritos pelos pacientes após a administração do fármaco.

“Os resultados foram positivos e os pacientes demonstraram uma melhoria significativa face ao grupo de controlo. O uso de botox tem a vantagem de, ao contrário de outros tratamentos, não ter de ser administrado diariamente”, afirmou o urologista.

De acordo com Francisco Cruz, a longo prazo, “esta patologia reduz drasticamente a qualidade de vida dos pacientes pois, além de um enorme desconforto, desenvolvem uma maior necessidade de urinar”.

As causas para o aparecimento da Dor Pélvica Crónica – que pode afetar uma em cada 200 mulheres - não estão completamente esclarecidas e, por isso, o tratamento passa, frequentemente, por tratamentos analgésicos.

O estudo foi desenvolvido por Rui Almeida Pinto e Francisco Cruz – médicos urologistas do CHSJ e docentes da FMUP.