O novo molhe, que representa um investimento de 3,8 milhões de euros, em que 75 % da verba será custeada pelos fundos comunitário do programa 2020 e o restante pelo ministério do Mar, tem um prazo máximo de construção de 18 meses, sendo uma obra ansiada pela comunidade piscatória local há várias décadas.

"O concurso para esta obra chegou a ser lançado há dez anos, mas, infelizmente, quando acabou a legislatura o governo seguinte entendeu que esta não era uma intervenção prioritária. Quando retomei funções, entendi que tínhamos que avançar, porque é essencial para a segurança física e operacional de quem trabalha em Angeiras", disse Ana Paula Vitorino.

O futuro quebra-mar tem como objetivo proporcionar melhores condições de abrigo em relação à agitação marítima durante a navegação de aproximação e partida para a pesca, e, segundo as previsões do ministério, vai reduzir a pelo menos metade os dias de inoperacionalidade da frota de pesca local.

A estrutura é uma peça complementar a uma série de investimentos previstos para o local, nomeadamente uma rampa de acesso para as embarcações e um edifício da Docapesca, já concluídos, mas, também, outras estruturas de apoio à atividade e requalificação urbanística do local.

"Ao todo será um investimento superior a 5 milhões de euros. A rampa de acesso permite que as embarcações possam entrar e sair em segurança, o molhe vai resguardar o porto das intempéries e marés, e o edifício da venda de pescado vai aumentar as condições de higiene e potenciar a vertente económica", disse Ana Paula Vitorino.

A governante lembrou que "o passo seguinte é o enquadramento urbanístico mais adequado desta zona, para que possa ser, também, um local de lazer".

Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, lembrou que estas intervenções eram "uma ambição antiga da população e que corresponde, sobretudo, à necessidade de dar mais segurança aos pescadores".

"A comunidade ansiava há década por isto, e, finalmente, vê materializado esse sonho, que não é uma ambição descabida, mas sim um objetivo com toda a justificação, pelas condições que o mar aqui apresenta", disse a autarca.

Luísa Salgueiro reiterou que a seguinte requalificação da praia, com instalações de apoio e sanitárias vai melhorar um espaço que considerou ser "muito pitoresco e atrativo a quem visita".

"Angeiras esta a ganhar uma nova vida nova, com uma procura turística também muito centrada nos caminhos de Santiago, por aqui passam. Com estas intervenções estamos a melhor as condições para os pescadores, mas também para o turismo e para restauração", sublinhou.

Ainda no âmbito de apoio na atividade de pesca, será, em breve, adquirido um trator que irá facilitar o transporte das embarcações nas saídas para o mar e no regresso a terra.