“Ainda é um bocadinho cedo para ter a certeza das quantidades exatas de precipitação [previstas a partir de segunda-feira], no entanto tem potencial para localmente ter quantidades de precipitação semelhantes àquelas que foram verificadas [nos últimos dias]”, afirmou Jorge Ponte, meteorologista do IPMA, em declarações à agência Lusa.
Considerando as previsões para o território continental, o IPMA vai emitir já esta tarde aviso amarelo (o menos grave de uma escala de três) para segunda-feira, para algumas zonas, “provavelmente o litoral a norte de Setúbal e eventualmente os distritos de Viseu e Vila Real”.
“Para já amarelo, porque ainda falta algum tempo e a situação está a ser avaliada. No entanto, se a situação se mantiver, é sempre possível um agravamento [do aviso] ao longo do fim de semana”, ressalvou Jorge Ponte.
Atualmente, no continente, a situação meteorológica é de “apenas alguns aguaceiros fracos ao longo do território e assim se espera que continue neste fim de semana, com aguaceiros fracos e muito pouco frequentes”. Deverá haver mesmo vários sítios onde não irá chover e algumas boas abertas no sul do país, especialmente no sábado.
Não está, por isso, prevista a emissão de avisos para vigorar no resto do dia de hoje e no fim de semana no país, com exceção dos Açores — para o arquipélago já avisos de chuva, vento e precipitação marítima entre hoje e domingo.
“Depois, a partir de segunda-feira, outra vez a situação a instabilizar, com a aproximação de um novo sistema frontal, com precipitação que será por vezes forte, que começará durante a manhã no litoral norte e estender-se-á às restantes regiões do país”, apontou o meteorologista.
Este sistema frontal está associado a “uma depressão que, neste momento, está a oeste dos Açores e que se vai deslocando lentamente para leste”.
O meteorologista referiu não haver informação exata sobre onde é que vai ocorrer a precipitação mais forte na próxima semana, mas a depressão “tem potencial para deixar quantidades elevadas de precipitação, até porque tem um avanço lento e, portanto, onde a frente persistir pode ter acumulados elevados”.
O litoral norte e centro do território continental é “onde será mais provável” o registo de chuva forte, “no entanto pode haver alguns pequenos ajustes dos modelos”, acautelou o meteorologista do IPMA, adiantando que o sistema frontal irá atravessar todo o território, pelo que a precipitação “poderá ser forte em todo o país e os modelos, até lá, ainda podem ajustar estes locais onde será mais intenso”.
Além de chuva forte, o IPMA prevê a intensificação do vento do quadrante sul, que se notará já a partir de domingo, “devido à aproximação do sistema frontal, e que será mais forte na segunda-feira”. Está também prevista alguma agitação marítima a ocorrer a partir de segunda-feira.
A chuva intensa e persistente que caiu na terça-feira (dia 13) causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, inclusive 4.841 inundações, e 88 desalojados desde as 00:00 do dia 07 e até às 08:00 do dia 15.
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