
Os ocidentais estão “a empurrar uma nação pobre como a Ucrânia (…) a lutar para encher os bolsos das empresas americanas de fabrico de armas”, disse o líder da República Islâmica num discurso a seminaristas e clérigos em Teerão.
“Os ucranianos devem lutar e ser mortos para que as armas sejam vendidas”, insistiu.
Para Ali Khamenei, a guerra na Ucrânia é a prova da “continuação do comportamento colonial e predatório do Ocidente”.
Por ocasião da cimeira da NATO, que começou na terça-feira e termina hoje em Vilnius, na Lituânia, os países do G7 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Canadá, Alemanha, Itália e Japão) comprometeram-se esta quarta-feira a fornecer apoio militar “a longo prazo” à Ucrânia, a fim de combater a ofensiva russa, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado.
O Irão, que se aproximou de Moscovo nos últimos meses, afirma publicamente que não apoia nenhum dos lados do conflito.
Mas os Estados Unidos acusam a República Islâmica de fornecer ‘drones’ (aparelhos aéreos não tripulados) para as forças russas e ajudá-las a construir uma unidade para produzi-los, acusações que o regime de Teerão rejeita.
“Hoje, felizmente, a vulnerabilidade do Ocidente é maior do que nunca”, disse Khamenei.
O líder supremo também acusou os “falsos defensores da democracia liberal” de continuarem a defender a colonização.
“Os franceses cometeram crimes e mataram na Argélia por mais de 100 anos. Talvez dezenas de milhares de pessoas tenham sido mortas”, sustentou.
Uma avaliação divulgada na terça-feira pelos serviços secretos dos Estados Unidos revelou que o Irão não está atualmente a tentar fabricar armas nucleares, mas intensificou atividades que podem ajudar a desenvolvê-las no futuro.
“O Irão não está atualmente a realizar as principais atividades de desenvolvimento de armas nucleares que seriam necessárias para produzir um dispositivo nuclear testável”, de acordo com a sinopse não classificada do relatório, de duas páginas.
No entanto, continua a realizar “atividades de investigação e desenvolvimento que o podem aproximar da capacidade de produzir o material físsil necessário para concluir um dispositivo nuclear após a decisão de o fazer”, referiu o mesmo documento.
Por isso, o Irão continua a violar os termos do acordo nuclear de 2015, que firmou com as potências mundiais, do qual a administração norte-americana liderada pelo então Presidente Donald Trump se retirou unilateralmente em 2018.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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