Alaeddin Boroujerdi salientou que “se é um acordo vigente, com signatários internacionais, as partes têm de respeitar esse acordo”, pelo que, garantiu, o Irão mantém as responsabilidades assumidas.
“Em certos tempos, um acordo assinado internacionalmente funciona como garantia, mas, infelizmente, os Estados Unidos quebraram essa norma”, declarou, em alusão à saída dos Estados Unidos do acordo nuclear, assinado em 2015 entre o Irão e o grupo dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido), a que se juntou a Alemanha.
Em conferência de imprensa na embaixada do Irão em Lisboa, Alaeddin Boroujerdi, em visita a Portugal “num quadro de diplomacia parlamentar”, referiu esperar que “a Europa vai continuar com os seus compromissos”.
“O Presidente dos Estados Unidos falou que vai sair do acordo nuclear e esta atitude demonstrou que não podemos confiar agora nos acordos internacionais”, enfatizou, acrescentando a possibilidade de os norte-americanos pressionarem os países europeus para deixarem também o acordo de enriquecimento de urânio do Irão.
“Se a Europa não conseguir resistir a pressões norte-americanas, não existe mais justificação para o Irão continuar este caminho e, certamente, chegaremos a uma situação em que teremos de decidir com base nos interesses do nosso país”, frisou.
O presidente da Comissão de Política Externa e Segurança Nacional do parlamento iraniano salientou ainda que o Irão vai respeitar os “regulamentos internacionais” e que “aceita as restrições impostas pela Agência Internacional de Energia Atómica”.
Contudo, Boroujerdi notou que o Irão “tem de continuar com o enriquecimento de urânio” e lembrou que “o único instrumento de defesa” que tem “são esses mísseis, essa capacidade de desenvolver mísseis”, num país que, durante o conflito com o Iraque, de 1980 a 1988.
“Nesses oito anos de guerra com o Iraque, nem tínhamos mísseis para nos defendermos””, concluiu.
O Presidente Donald Trump anunciou na terça-feira que os Estados Unidos abandonam o acordo nuclear, concluído em julho de 2015, visando, em troca, um levantamento progressivo das sanções internacionais.
Conseguido depois de 21 meses de duras negociações, o acordo foi assinado, por parte dos Estados Unidos, pelo antecessor de Trump, Barack Obama.
Comentários