
"A proposta escrita que recebemos dos Estados Unidos contém muitas ambiguidades e questões. Muitos pontos da proposta não estão claros", declarou Araqchi durante uma visita ao Líbano.
No sábado, o Irão revelou que recebeu "elementos" de uma proposta americana com foco num eventual acordo nuclear, após cinco sessões de negociação realizadas sob a mediação de Omã.
As conversas são as primeiras do género desde que Washington se retirou em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, do acordo internacional alcançado três anos antes entre Teerão e as principais potências para supervisionar o programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções.
O enriquecimento de urânio é o principal obstáculo do diálogo: os Estados Unidos exigem que o Irão renuncie completamente ao processo, mas Teerão opõe-se e defende o seu direito de desenvolver um programa nuclear civil.
Trump reiterou nesta segunda-feira que Teerão não poderá enriquecer urânio no âmbito de um possível acordo com Washington.
"Continuar com o enriquecimento em solo iraniano é a nossa linha vermelha", disse o principal diplomata do Irão nesta terça-feira.
O chanceler iraniano detalhou que o seu país dará uma resposta à proposta nos próximos dias, baseada nas "posições de princípio do Irão e nos interesses do povo iraniano".
"Não pediremos permissão a ninguém para seguir a enriquecer urânio no Irão. No entanto, estamos dispostos a tomar medidas (...) para garantir que o enriquecimento não leve à produção de armas nucleares", declarou.
Araqchi visitou Beirute depois de uma escala na segunda-feira no Cairo, capital egípcia, onde se reuniu com Rafael Grossi, diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Na segunda-feira, o chefe da agência de controlo nuclear da ONU pediu mais transparência depois da divulgação de um relatório que mostrava que Teerão havia aumentado a produção de urânio altamente enriquecido.
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