Segundo uma contagem desta ONG, que regista dados de várias cidades, 122 pessoas morreram na repressão aos protestos. A contagem anterior da mesma fonte era de pelo menos 108 mortos durante as manifestações.

O Irão é, desde 16 de setembro, palco de manifestações de rua desencadeadas pela morte da jovem de 22 anos, violentamente espancada e detida na capital a 13 de setembro pela “polícia da moral”, por ter, segundo esta, infringido o rígido código de indumentária da República Islâmica para as mulheres, ao deixar à vista parte do cabelo, embora envergasse o obrigatório ‘hijab’ (véu islâmico). A jovem foi hospitalizada em coma e morreria três dias depois.

Além disso, a cidade de Zahedan, na província de Sistan Baluchistão, no sudeste, foi palco de confrontos por vários dias, após acusações de que um agente da polícia terá violado uma jovem.

Segundo o IHR, pelo menos 93 pessoas foram mortas nesses incidentes.

Entre os mortos nos protestos pela morte de Mahsa Amini e nos confrontos em Zahedan, há 27 menores, disse o IHR nesta segunda-feira.

O movimento de protesto espalhou-se nos últimos dias por várias escolas em todo o país, com vídeos partilhados online de crianças em idade escolar a gritar slogans anti-governo e meninas em idade escolar a removerem os seus véus em protesto.

“Os motins são o produto de grupos de reflexão nos EUA e na Inglaterra e espalharam-se pelas nossas salas de aula”, disse o chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, citado pelo Sepah News, o ‘site’ oficial desta divisão de elite das forças armadas iranianas.

“Hoje, o inimigo abriu um novo campo de invasão cultural, política e de segurança (…) este é o campo de guerra mais complexo onde o inimigo tem uma presença séria”, acusou Salami.

Os Estados Unidos anunciaram sanções económicas a 6 de outubro contra sete altos funcionários iranianos pelo papel que desempenham na repressão de protestos, após uma primeira série de sanções anunciadas em 22 de setembro contra a polícia iraniana e vários funcionários de segurança.