A Missão de Assistência da ONU para o Iraque (UNAMI) referiu que os seus números “têm de ser considerados como o mínimo absoluto” pelo facto de não ter conseguido verificar as baixas entre civis nas áreas de conflito e os que perderam as vidas devido “aos efeitos secundários da violência… pela exposição aos elementos, falta de água, comida, medicamentos e cuidados médicos”.

Numa declaração a UNAMI refere que 12.388 outros civis foram feridos em 2016, e acrescenta que este balanço não inclui as baixas entre os civis na província ocidental iraquiana de Anbar nos meses de maio, julho, agosto de dezembro.

De acordo com os números da UNAMI, pelo menos 7.515 civis foram mortos em 2015.

O relatório da ONU sobre baixas civis em dezembro de 2016 revela que 386 pessoas foram mortas e 1.066 feridas. A área mais afetada foi a província de Nineveh (norte), onde as forças governamentais tentam retomar a cidade de Mossul controlada pelo EI, com 208 civis mortos e 511 feridos. A capital Bagdad surge de seguida, com 109 civis mortos e 523 feridos.

O EI reivindicou diversos atentados bombistas em Bagdad que apenas na última semana provocaram 50 mortos.

O ataque mais mortífero do grupo ‘jihadista’ ocorreu em julho, quando um atentado suicida em larga escala num mercado do centro de Bagdad vitimou cerca de 300 pessoas, o mais sangrento ataque na capital em 13 anos de guerra.

“Trata-se, sem dúvida, de uma tentativa do Daesh [acrónimo árabe do EI] em desviar a atenção face às suas perdas em Mossul e, infelizmente, são os civis inocentes que estão a pagar o preço”, disse numa declaração Jan Kubis, representante especial do secretário-geral da ONU para o Iraque.

O grupo também foi responsável pelo ataque bombista suicida de segunda-feira numa área comercial no leste de Bagdad que matou 41 pessoas e feriu outras 64. Diversos outros ataques, incluindo o perpetrado por cinco bombistas suicidas contra duas esquadras de polícia na cidade de Samarra (norte de Bagdad), mataram pelo menos 27 pessoas e feriram 89.

Tropas governamentais iraquianas, apoiadas pela coligação internacional dirigida pelos Estados Unidos, as tropas governamentais iraquianas e forças paramilitares desencadearam uma ofensiva em meados de outubro para desalojar o EI de Mossul, a segunda cidade do Iraque e o maior bastião urbano dos ‘jihadistas’ no país.

Ao contrário dos anteriores relatórios, o documento de dezembro não inclui as baixas entre as forças de segurança. A ONU foi alvo de críticas no mês passado por parte dos responsáveis militares iraquianos, após referir que cerca de 2.000 membros das forças iraquianas foram mortos em novembro. O Governo iraquiano não divulga as baixas das tropas governamentais e forças paramilitares em Mossul e em outras regiões do norte do Iraque.

[Notícia corrigida às 11h55 de dia 4 de janeiro. Corrige o título]