Helen McEntee, hoje ouvida na comissão parlamentar de Assuntos Europeus da Assembleia da República, lamentou a “falta de progressos substanciais” quanto à fronteira entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.
A questão “é absolutamente decisiva” para a Irlanda, frisou, referindo o Acordo de Paz de Sexta-Feira Santa (1998), que pôs fim a três décadas de confrontos entre nacionalistas e unionistas através do reforço dos laços entre os dois territórios e a cooperação “em muitos setores”.
“Proteger a integridade do mercado único e da união aduaneira é prioritário para nós”, afirmou.
A ministra recordou que o acordo de divórcio entre Londres e Bruxelas “deve estar pronto em outubro”, para dar tempo para a ratificação por todos os Estados-membros até à data oficial de saída, 29 de março de 2019.
Na quinta-feira, disse, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o principal negociador europeu para o ‘Brexit, Michel Barnier, vão a Dublin para avaliar o impacto da “falta de progressos” quanto à fronteira nas negociações.
Após o ‘Brexit’, a fronteira irlandesa será a única fronteira terrestre entre o Reino Unido e a UE.
O executivo da primeira-ministra britânica Theresa May concorda com a necessidade de evitar a introdução de uma fronteira física, mas recusa o plano da UE de, caso de não se chegue a um acordo, a ilha ficar totalmente incluída na união aduaneira.
Londres rejeita esta hipótese porque ela se traduziria numa fronteira de facto entre a província autónoma da Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.
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