O concerto é uma produção desse município do distrito de Aveiro e, marcando o encerramento do cartaz de 2020 da Festa das Fogaceiras, reunirá os coletivos musicais de Arrifana, Lobão, Vale e Souto para a interpretação de um ‘medley’ instrumental, 11 temas com acompanhamento vocal - pelos irmãos de Variações e também por Joana Espadinha, Joana Almeirante e Goodfellas - e ainda um arranjo final.
"Com 200 músicos em palco, vai ser um espetáculo ímpar, algo realmente diferente, e isso deixa-nos muito orgulhosos porque demonstra como o António tinha de facto um talento tão especial que ainda hoje, passados tantos anos, continua a emocionar as pessoas e a fazer tanta gente gostar dele, mesmo nas gerações mais novas", declara Luíz Ribeiro, irmão do artista homenageado.
Jaime Ribeiro refere que formatos idênticos já foram apresentados em Idanha-a-Nova e Braga, mas realça que nunca antes foi testado um registo "com tantos músicos em palco", pelo que defende que esta "experiência inédita vai ser muito bonita e terá um impacto diferente, mais marcante".
O espetáculo está a ser planeado desde meados de 2019 sob a direção artística de Marcelo Alves, que assina os novos arranjos dos temas a apresentar ao público e os vem preparando em estreita colaboração com os maestros daquelas que são "as quatro e únicas bandas sinfónicas da Feira".
Os ensaios gerais com os solistas convidados começam esta quinta-feira e permitirão ultimar um espetáculo com "uma sonoridade muito própria, já que os instrumentistas vão garantir às canções de António Variações um registo tão ou mais rock do que aquele que uma banda de rock permitiria".
Marcelo Alves diz à Lusa que isso resulta do profundo conhecimento que os maestros envolvidos no projeto revelam ter sobre "as potencialidades de cada instrumento sinfónico" e antecipa assim um desempenho coletivo "com estrondo e com um som poderoso".
Os temas de António Variações selecionados para o alinhamento do concerto não foram, por isso, deixados ao acaso: irá ouvir-se, por exemplo, "O corpo é que paga", "Estou além", a "Canção do Engate" e "Maria Albertina".
Jaime Ribeiro, que nunca seguiu uma carreira profissional como artista, mas sempre se dedicou à música, vai interpretar "Que pena seres vigarista", evocando assim o facto de que o irmão "adorava Amália e, portanto, também o fado".
Já Luíz, que se dedica à música de forma menos regular, mas já reuniu "para os filhos, netos e família" 16 faixas sobre "saudade e nostalgia" no álbum "Então fui a Braga", cantará no Europarque "Deolinda de Jesus" e reconhece que essa escolha "é simbólica".
"É uma canção do António sobre a nossa mãe. Mas, no fundo, fala de todas as mães e de um sentimento com que todos se identificam, qualquer que seja a sua origem e a sua idade", conclui.
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