As operações militares centraram-se em Rafah e Khan Yunis, ambas no sul da Faixa de Gaza, que têm sido objeto de ofensivas terrestres e bombardeamentos.
Em Rafah, extremo sul do enclave e fronteira com o Egito, os soldados israelitas identificaram uma “célula” de presumíveis milicianos que saía de um túnel, que foi atacado pela força aérea israelita.
O Exército também bombardeou uma “estrutura militar” nas proximidades de um grupo de soldados, onde se abrigava outra célula de milicianos.
Entretanto, em Khan Yunis, onde as tropas israelitas iniciaram na sexta-feira uma nova ofensiva terrestre, a força aérea israelita atacou a zona a partir da qual foram detetados no sábado disparos de ‘rockets’ contra a comunidade israelita de Kisufim, perto de Gaza.
O Exército israelita ordenou hoje a evacuação de mais partes da designada “zona humanitária” no norte de Khan Yunis, sul da Faixa de Gaza, reduzindo ainda mais o espaço “seguro” do enclave, dois dias depois de lançar uma nova ofensiva terrestre na localidade.
Anteriormente, as forças israelitas tinham ordenado a evacuação de mais bairros de Khan Yunis para a zona humanitária, uma vez que estavam iminentes mais combates.
Khan Yunis tem sido historicamente um reduto das milícias palestinianas em Gaza e, nos últimos dias, o Exército voltou a ordenar a evacuação de vários bairros: Al Salqa, Al Qarara, Bani Suhaila, Abasan, Khirbet Khuza’a, todos a leste e nordeste da cidade.
Em 4 de agosto, Israel ordenou igualmente a evacuação de bairros no sudeste da cidade, na sequência de uma incursão no final de julho que causou a morte de cerca de 300 pessoas.
Os habitantes locais não têm outra alternativa senão deslocar-se para as “zonas humanitárias” do enclave, cada vez mais apertadas, que têm sido alvo de bombardeamentos e onde centenas de milhares de palestinianos estão amontoados em tendas sem acesso a eletricidade ou água corrente.
O Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC) estima que as ordens de evacuação israelitas das últimas semanas reduziram significativamente a dimensão das “zonas humanitárias” designadas pelo Exército em Gaza, de 20% do enclave para pouco mais de 14%.
De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), cerca de 200.000 pessoas foram retiradas de Khan Yunis entre 22 e 27 de julho durante a última incursão terrestre do Exército israelita, que deixou grande parte da cidade completamente arrasada.
O comunicado de hoje não menciona o ataque israelita de sábado contra a escola de Tabain, no norte da cidade de Gaza, que, segundo as autoridades de Gaza, causou mais de cem mortos e dezenas de feridos.
O Exército israelita afirmou no sábado que o ataque matou 19 milicianos do grupo islâmico Hamas e da Jihad Islâmica, e acusou as autoridades locais de exagerarem o número de vítimas civis.
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