Durante um encontro com Faeser na reunião dos ministros do Interior do G7 em Eltville, na Alemanha, Piantedosi disse “várias vezes” que a Itália “não tenciona de forma alguma [gerir a pressão migratória] sozinha”, segundo fontes citadas pela agência ANSA, enquanto que a Faeser sublinhou que Berlim cumprirá as suas obrigações.
“Acordo total sobre as iniciativas conjuntas para governar os fluxos migratórios”, publicou no Twitter o ministro do Interior em Roma, após a reunião.
Na reunião bilateral, sublinhou a ANSA, a Itália confirmou que quer cumprir as regras da UE, sobre os migrantes, mas não isoladamente.
Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.
Os ministros do Interior europeus vão reunir-se em Bruxelas a 25 de novembro para discutir políticas migratórias após o diferendo diplomático entre Itália e França desencadeado pela rejeição italiana em acolher um navio de resgate humanitário, foi hoje divulgado.
A realização da reunião extraordinária foi avançada pela presidência semestral checa do Conselho da União Europeia (UE).
A recusa do novo Governo italiano em acolher o navio humanitário ‘Ocean Viking’ da organização não-governamental (ONG) SOS Méditerranée, com mais de 200 migrantes resgatados no Mediterrâneo a bordo, voltou a abrir a discussão sobre as questões migratórias no seio da UE.
Os migrantes seriam posteriormente acolhidos em França, mas o caso do ‘Ocean Viking’ acabou por desencadear uma crise diplomática entre Paris e Roma, com as autoridades francesas a reclamarem “iniciativas europeias” para “um melhor controlo das fronteiras externas [da UE] e mecanismos de solidariedade”.
A convocação desta reunião surge um dia depois da primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, ter solicitado este encontro.
Apresentada em setembro de 2020 pela Comissão Europeia, a proposta de um Novo Pacto europeu para a Migração e Asilo mantém-se ainda em negociações no seio do bloco comunitário.
O novo Governo de extrema-direita de Itália, liderado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, acusa as organizações humanitárias que resgatam migrantes no mar de encorajarem o fenómeno migratório, pelo que decidiu não responder aos seus pedidos para atracar em portos italianos.
Uma das figuras do executivo italiano é Matteo Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga.
Salvini, ex-ministro do Interior e promotor de uma política de portos encerrados entre 2018 e 2019, pela qual está a ser julgado, assegurou que as travessias de migrantes pelo Mediterrâneo “são viagens organizadas”.
Comentários