“Endurecimento à vista: multas, apreensões e mais controlo”, escreveu Salvini nas suas redes sociais, antes de acrescentar que “o Governo está preparado para ter mão dura com os desembarques” e concluir com o ‘slogan’: “Aquele que comete um erro paga por ele”.
O novo executivo italiano deu início a uma batalha para dificultar o trabalho das associações que salvam migrantes no Mar Mediterrâneo e que acusam de fomentar o fluxo desde África, tendo aberto um confronto entre a França e a Itália sobre os barcos das ONG.
Salvini, que também é ministro das Infraestruturas com competências portuárias, ordenou, por decreto, que só desembarcam os navios humanitários de pessoas que, com uma inspeção médica previamente realizada a bordo, tenham sido consideradas vulneráveis. O resto das pessoas deve ficar dentro da embarcação para logo ser reencaminhado para águas internacionais.
Na segunda-feira, no Conselho ministros de Negócios Estrangeiros da União Europeia, a Itália vai “levantar a questão da imigração com serenidade e determinação, porque o problema leva anos e é absolutamente necessário resolvê-lo”, assegurou previamente o ministro italiano das Relações Exteriores, António Tajani, que exigiu à Comissão Europeia “um código de conduta para as ONG”.
Tajani, que não descartou que a primeira-ministra italiana, GiorgiaMeloni, e o Presidente francês, Emmanuel Mácron, possam reunir-se na próxima semana no encontro do G20 em Bali, na Indonésia, negou que Itália ficou sozinha na Europa, depois de Paris anunciar represálias contra Roma, tanto bilaterais, como no seio da UE.
“A Alemanha e o Luxemburgo respeitaram os pactos. A Grécia, Malta e Chipre também são solidários, já que firmaram com Itália uma declaração conjunta dos ministros do Interior porque têm o mesmo problema”, disse, pouco tempo depois de o embaixador alemão em Itália, Viktor Ebling, afirmar que as ONG “salvam vidas” e que merecem “gratidão e apoio”.
Por sua vez, a França advertiu de novo a Itália: “Haverá consequências se Itália persiste com esta atitude”, disse a ministra dos Exteriores, Catherine Colonna, que lamentou “a rejeição obstinada e a falta de humanidade” de Roma.
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