“Não há lugar na sociedade para o racismo, a supremacia branca e os neonazis. Devemos unir-nos como americanos e ter um país unido”, escreveu Ivanka Trump na rede social Twitter.

Esta tomada de posição demarca-a de Donald Trump, que condenou a “violência de diversas partes”, mas escusou-se a condenar explicitamente os atos da extrema-direita.

O Presidente foi fortemente criticado pelos seus comentários, incluindo entre os republicanos. O senador da Flórida, Marco Rubio, instou o presidente a descrever os eventos em Charlottesville como aquilo que são: “Um ataque terrorista de supremacistas brancos”.

Uma mulher de 32 anos morreu sábado em Charlottesville, no Estado da Virginia, após uma viatura avançou para os contramanifestantes que se opunham a uma concentração promovida pela extrema-direita. Um homem de 20 anos, oriundo do Estado de Ohio, foi detido.

A AFP dá conta de três vítimas mortais indiretamente ligadas a este incidente, depois de um helicóptero ter caído perto de Charlottesville, matando outras duas pessoas, num acidente cujas causas estão ainda a ser investigadas. As autoridades não deram detalhes sobre a relação entre o acidente de helicóptero e a violência em Charlottesville, mas tudo indica que havia policiais a bordo.

“Estou devastado porque uma vida foi perdida aqui. Peço a todas as pessoas de boa vontade que se dirijam para casa”, escreveu Mike Signer, presidente da câmara daquela cidade norte-americana, numa mensagem na rede social Twitter.

Segundo o autarca, os vários feridos têm diversos graus de gravidade.

Um vídeo amador divulgado nas redes sociais, relatado pela agência noticiosa francesa France Presse (AFP), mostra um carro de cor escura que bate de forma violenta na parte traseira de um outro veículo e que faz depois uma manobra em sentido inverso, contra as pessoas.

Este incidente ocorreu cerca de duas horas após os confrontos violentos que envolveram apoiantes de um protesto nacionalista, organizado no centro daquela cidade do Estado da Virginia, e pessoas que contestavam essa mesma manifestação.

O 'blogger' de direita Jason Kessler planeou aquilo a que chamou "marcha pró-branca" para contestar a decisão de Charlottesville de remover a estátua do general Robert E. Lee de um parque no centro da cidade.

O governador da Virginia declarou o estado de emergência em resposta a este protesto e, através da sua conta na rede social Twitter, disse que tomou tal decisão para "ajudar o Estado a responder à violência" na marcha de Charlottesville, a cerca de 160 quilómetros de Washington.

Já na sexta-feira à noite tinha havido confrontos quando centenas de nacionalistas marcharam no 'campus' da Universidade da Virginia com tochas.

FBI abre investigação

O FBI anunciou que foi aberta uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que levaram ao atropelamento.

"O escritório do FBI de Richmond, a Divisão de Direitos Civis e o escritório do procurador-geral para o distrito oeste da Virgínia abriram uma investigação sobre direitos civis em torno das circunstâncias de um incidente automobilístico letal ocorrido na manhã de sábado", anunciou a Divisão de Richmond da Polícia Federal americana em comunicado. De acordo com a nota, "o FBI examinará todos os factos e evidências disponíveis".

O procurador-geral americano, Jeff Sessions, denunciou o episódio.

"A violência e as mortes em Charlottesville agridem o coração da Lei e da Justiça americana", destacou Sessions. "Quando se produzem fatos de tamanha intolerância racial e de ódio, traem-se os nossos valores fundamentais, e isso não pode ser tolerado", insistiu o secretário de Justiça.

(Notícia atualizada às 15h27)

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