“Se dúvidas houvesse sobre o proponente deste debate é que nem uma palavra sobre aquilo que é a vulnerabilidade das mais de 39 mil pessoas que chegaram a Portugal, dos mais de seis milhões e meio de deslocados da Ucrânia que estão neste momento a espalhar-se pelo mundo. Aquilo que é verdadeiramente essencial para o Governo é que haja uma plena integração de todos os que aqui chegam”, disse Ana Catarina Mendes, no parlamento, durante o debate urgência requerido pelo Chega sobre “a garantia dos direitos e liberdades no acolhimento e integração dos refugiados ucranianos”.
De acordo com a governante, das 12500 crianças ucranianas que chegaram a Portugal fugidas da guerra, 4600 já estão integradas no sistema educativo português e cerca de três mil contratos de trabalho já foram celebrados com as pessoas que chegaram da Ucrânia.
“Se há muito que podemos fazer? Sim. Seguramente podemos todos os dias melhorar e isso é também reconhecer quando as coisas correm mal”, admitiu.
No caso concreto de Setúbal, “a andorinha felizmente não fez a primavera e, felizmente, a ligeireza com que Setúbal fez o acolhimento dos refugiados não é exemplo no país”, defendeu Ana Catarina Mendes.
“A utilidade deste debate - e quero agradecer ao Chega por tê-lo proposto - é mesmo nós perceberemos que mais do que falarmos para os jornais ou para as redes sociais, é falarmos de factos e da política de acolhimento [de Portugal] que tem sido merecedora do reconhecimento internacional”, disse no arranque do debate.
A governante instou os deputados a ouvirem o presidente ucraniano a agradecer ao primeiro-ministro “o acolhimento dos deslocados da Ucrânia em Portugal”.
“Sobre os refugiados que vêm da Ucrânia, é importante que a câmara [Assembleia da República] tenha consciência que Portugal foi o primeiro país da UE a conceder proteção temporária a estas pessoas e a dizer que aqui acolhia todos os que aqui quisessem chegar”, enfatizou.
Comentários