"Obrigado meus queridos amigos. A maioria de vós escolheu confiar em mim para mais cinco anos. Eu sei o que vos devo", começou por dizer Macron aos seus apoiantes concentrados no Champ de Mars, em frente à Torre Eiffel, em Paris.

Eu sei que muitos franceses votaram em mim para bloquear a extrema-direita", concedeu o presidente reeleito, concedendo que a sua candidatura não foi consensual junto a muito do eleitorado. "Mas também quero agradecer-lhes e dizer-lhes que o seu voto coloca-me sob uma obrigação", acrescentou.

Dirigindo-se também "àqueles que se abstiveram, aos que não se decidiram, aos que votaram por Marine Le Pen", Macron deixou a promessa de respeitar a sua decisão e trabalhar por eles também. "Já não sou o candidato de alguns, mas sim o presidente de todos", sublinhou.

A terminar um discurso surpreendentemente curto — de perto de cinco minutos —, o líder francês prometeu tentar "sanar as divisões expressas nestas eleições, ao garantir respeito para toda a gente, todos os dias. Eu quero uma sociedade mais justa, igual para mulheres e homens",

"Os anos que virão serão certamente difíceis, mas serão históricos e teremos de escrevê-los juntos para as novas gerações", concluiu, antes de gritar o tradicional "Viva a República, Viva a França".

Dirigindo-se para um recinto que não chegou a lotar, Macron fez uma entrada simbólica, caminhando acompanhado pela sua mulher, Brigitte Macron, e por um grupo de jovens e crianças, enquanto ecoava o Hino à Alegria.

O centrista Emmanuel Macron foi hoje reeleito Presidente de França, obtendo entre 57,6% e 58,20% dos votos na segunda volta das eleições, contra 41,80% e 43% de Marine le Pen, a candidata de extrema-direita, segundo as primeiras projeções.

Se as projeções forem confirmadas pelos resultados oficiais, Macron, 44 anos, será o primeiro Presidente francês em 20 anos a ganhar um segundo mandato, desde Jacques Chirac em 2002.

Os franceses terão optado por renovar o mandato de um Presidente centrista liberal e muito pró-europeu, face a uma candidata radical, com "prioridade nacional" no centro do seu projeto, e extremamente crítica da União Europeia.

A eleição ocorre num contexto de abstenção recorde, estimado em 27,8% pelo instituto de sondagens Ifop, uma taxa inédita para uma segunda volta desde 1969 (31,3%).

Os resultados mostram também uma nação dividida e indicam uma batalha para o Presidente manter a sua maioria parlamentar nas eleições legislativas de junho.

Em 2017, a primeira vez que os dois se enfrentaram nas eleições presidenciais, o centrista Emmanuel Macron venceu com 66,10% dos votos, contra 33,90% de Marine le Pen, ou seja com uma vantagem significativamente mais clara do que nas eleições de hoje.

As últimas sondagens antes da votação de hoje já mostravam que Emmanuel Macron era o favorito com entre 10% e 15% pontos percentuais de vantagem na intenção de voto face a Marine le Pen, a candidata do partido de extrema-direita União Nacional.