O candidato da extrema-direita às eleições presidenciais brasileiras Jair Bolsonaro (PSL) venceu a segunda volta da votação, domingo, com 55,15%, quando o apuramento está praticamente fechado (99,99% das urnas apuradas), segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.

De acordo com os dados oficiais, Jair Messias Bolsonaro foi eleito 38.º Presidente da República Federativa do Brasil com 57.765.131 votos (55,15%), enquanto Fernando Haddad (PT, esquerda), conquistou nesta segunda volta 46.969.763 votos (44,85%).

Assim, Jair Bolsonaro sucede a Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil.

Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Jair Messias Bolsonaro nasceu a 21 de março de 1955 (63 anos) e iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.

Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Jair Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.

Bolsonaro ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo em que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.

Sondagens apontam para vitória de governadores pró-Bolsonaro

Além da corrida presidencial, milhares de eleitores brasileiros escolheram hoje 14 governadores. Os estados que necessitaram de uma segunda volta foram os de São Paulo, Rio de Janeiro, Minais Gerais, Rio Grande do Sul, Rondónia, Roraima, Sergipe, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe.

Os governos regionais dos três maiores estados do Brasil - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - serão liderados por candidatos que declararam apoio a Jair Bolsonaro, extrema-direita, que ganhou hoje a Presidência do país.

O estado do Rio de Janeiro elegeu o ex-juiz Wilson Witzel, candidato do Partido Social Cristão (PSC) apoiado pelo presidente eleito da extrema-direita Jair Bolsonaro, na segunda volta, com quase 60% dos votos.

Em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, o candidato mais votado foi o milionário Romeu Zema,  do Partido Novo, também apoiante de Bolsonaro.

O ex-prefeito de São Paulo, João Dória, venceu as eleições para governador no estado homónimo e manteve a hegemonia dos social-democratas na região mais rica e povoada do Brasil. Dória expressou também o seu apoio ao capitão da reserva do Exército hoje eleito 38.º presidente da República Federativa do Brasil, com quem partilha várias ideais: quer endurecer as penas contra os delinquentes e defende os valores da "família tradicional".

(Notícia atualizada às 00h32 de 29/10/2018)