“Manifestei a nossa profunda preocupação com o aumento da atividade militar da China perto do Japão e com a sua colaboração com a Rússia”, afirmou Fumio Kishida após a reunião com Xi Jinping na cidade norte-americana de São Francisco, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC).

Kishida disse aos canais de televisão japoneses que tinha “mais uma vez sublinhado a extrema importância da paz no estreito de Taiwan para a comunidade internacional e para o Japão”.

As tensões aumentaram no Pacífico, marcadas pelas ações chinesas no disputado mar do Sul da China e pelos exercícios militares de Pequim em torno da ilha de Taiwan, sobre a qual a China reivindica a soberania.

Em setembro, Tóquio afirmou ter detetado seis navios militares a navegar a cerca de 650 quilómetros a sul da ilha de Miyakojima, a leste de Taiwan.

Kishida afirmou ainda que pediu insistentemente a Xi “uma resposta calma baseada em provas científicas e o levantamento imediato das restrições às importações de produtos alimentares japoneses”.

A China proibiu as importações de produtos do mar japoneses depois de o Japão ter começado a descarregar no oceano Pacífico, em agosto, água radioativa tratada da central nuclear de Fukushima, com Pequim a acusar Tóquio de tratar o mar como “um esgoto”.

A Rússia seguiu o exemplo e também proibiu as importações japonesas.

O Japão insiste que as descargas são seguras, uma opinião apoiada pela Agência Internacional de Energia Atómica, o organismo de vigilância das Nações Unidas.

No mesmo encontro, o primeiro-ministro japonês e o Presidente chinês sublinharam o desejo de cooperação pacífica entre os dois países.

Durante as conversações, o chefe do Governo japonês sublinhou a Xi Jinping o papel que os dois países desempenham na manutenção da paz regional e internacional, noticiaram os meios de comunicação social japoneses.

Já os ‘media’ chineses avançaram que Xi disse a Kishida ser do interesse dos dois povos que ambos os países coexistam pacificamente, cooperem e cresçam juntos.

Xi disse ainda que as duas partes devem lidar corretamente com as diferenças e concentrar-se nos interesses comuns.

Esta é a segunda cimeira entre os atuais líderes do Japão e da China, desde o primeiro encontro em Banguecoque, há cerca de um ano, aproveitando então, também, a reunião dos líderes da APEC.