"Não dizemos que este Governo fez pior que o anterior, mas mesmo tendo feito algumas melhorias, o grande problema [está] no plano do financiamento e das medidas em setores profissionais e natureza do Serviço Nacional de Saúde como serviço público... o Governo não fez pior mas está longe de encontrar a resposta cabal para que a saúde seja, de facto, um direito dos portugueses", disse o líder comunista após quase hora e meia de reunião com o chefe de Estado, no Palácio de Belém, Lisboa.
Marcelo Rebelo de Sousa convocou todos os partidos com assento parlamentar para os ouvir "sobre o que é importante para Portugal no imediato e a prazo", nomeadamente o "quadro financeiro plurianual, investimentos públicos a prazo, o chamado 'pós-2020'", tendo em conta as "prioridades no horizonte de 2030".
"[Os serviços públicos] precisam de resposta urgente e não tem sido encontrada de forma cabal pelo Governo. O caminho não é parar ou retroceder. É continuar a avançar, com medidas positivas", reforçou o líder comunista, defendendo alterações à legislação laboral "para repor justiça e garantir direitos individuais e coletivos", e relativamente a reformados com longas carreiras contributivas ou aos pequenos e médios empresários.
Relativamente ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), Jerónimo de Sousa garantiu que os comunistas vão manter "o compromisso do exame comum", destacando uma "prioridade: saber se está a ser concretizado o OE2018", pois "verificam-se algumas áreas que não correspondem a esse sentido de concretização".
"Este PCP estará sempre do lado e dará uma contribuição positiva para que vida dos trabalhadores portugueses melhore e estará contra aquilo que poderá ser-lhes prejudicial", prometeu.
O secretário-geral do PCP, acompanhado pelo líder parlamentar, João Oliveira, e dois outros dirigentes do partido, adiantou ainda ter transmitido ao chefe de Estado "a constatação da valorização e avanços, particularmente na reposição de direitos e até conquista de alguns, que teve um impacto positivo na economia".
Porém, "a par desta valorização, Jerónimo de Sousa expressou "preocupações em relação a problemas estruturais, a défices que bloqueiam e problemas sérios, particularmente nos serviços públicos", nomeadamente os transportes coletivos e a empresa concessionada a privados CTT", considerando que esta última segue "um caminho que vai acentuar mais assimetrias e injustiças em relação ao interior".
Os encontros do Presidente da República com as diversas forças políticas continuam hoje com o CDS-PP e, na sexta-feira, o chefe de Estado recebe BE e PS, seguindo-se a nova direção do PSD, segunda-feira.
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