“A política do governo minoritário do PS está crescentemente enredada em paralisantes contradições que impedem a resolução de muitos problemas nacionais. Contradições que se manifestam no plano político, económico e social e que não estão desligadas da sua opção de manter o país acorrentado às imposições da União Europeia e aos seus instrumentos de ingerência que limitam e impedem a resposta plena aos problemas nacionais”, referiu Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava à margem do Convívio Nacional de dirigentes e ativistas sindicais dos setores da Fiequimetal, que decorreu na Quinta da Atalaia, no Seixal, distrito de Setúbal, onde frisou que é necessária “uma política alternativa e uma alternativa política” que valorize não só o trabalho, os trabalhadores e os salários, mas também “que liberte o país da submissão ao Euro e das imposições e constrangimentos da União Eurpeia”, renegociando a dívida e investindo na agricultura, pesca e indústria.
“Para dar plena resposta aos problemas fundamentais dos trabalhadores, do povo e do país, sejam eles transportes, da habitação, da saúde, […] do elevado desemprego ou dos baixos salários e das preocupantes desigualdades sociais, é condição essencial arrepiar caminho de um passado de submissão e retrocesso nacional e assegurar a rutura com essas linhas de orientação, com a política de direita”, sublinhou.
Para o secretário-geral do PCP, os últimos anos da vida política no país mostraram que, “tal como não era com o PSD e o CDS, também não seria com o PS que se daria resposta aos problemas nacionais”.
Jerónimo de Sousa considerou, neste sentido, que a proposta de Orçamento do Estado para 2019 “é moldada por opções estruturantes da responsabilidade do Governo PS que limitam e, em diversos planos, impedem a resposta plena a questões centrais indispensáveis para assegurar desenvolvimento económico e social do país”.
No entanto, evidenciou, neste documento “não há nenhuma medida positiva que não tenha a marca e a intervenção do PCP”, como o aumento de pensões, o alargamento das condições de acesso à reforma de trabalhadores com longas carreiras, a extensão da gratuitidade dos manuais escolares até ao 12.º ano ou a redução de custos nos transportes públicos.
O líder comunista defendeu ainda que “é possível fazer melhor” e indicou algumas das propostas apresentadas pelo PCP no âmbito do debate da especialidade do Orçamento, que decorre na Assembleia da República, como a atualização dos escalões do Imposto sobre o Rendimento Singular (IRS), a criação de um novo escalão do Imposto sobre Imóveis (IMI) ou o reconhecimento dos trabalhadores das minas e pedreiras, “não apenas na idade de acesso à reforma, mas também nas condições em que a ela podem aceder”.
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