"A resposta estrutural aos problemas do país não se faz com o Governo do PS, nem com a sua atual política, amarrado a opções de política de direita", afirmou Jerónimo de Sousa, num hotel escalabitano.
Elencando a série de "lutas" em curso pelos direitos dos trabalhadores, o líder do PCP sustentou que "está à vista que para pôr o país a avançar a sério, para dar solução ao que o país precisa para se desenvolver, para dar solução aos problemas acumulados, isso exige uma outra política".
"É tempo de romper com o desastroso caminho que tornou Portugal um país crescentemente mais frágil, mais dependente mais desigual no plano social e territorial, com a sistemática alienação dos setores estratégicos, recursos, capacidade produtiva, da sua soberania", disse, a 15 dias de se conhecer o Orçamento do Estado para 2019, negociado entre o executivo socialista, o BE, o PCP e "Os Verdes".
Jerónimo de Sousa insistiu que "está na hora de pôr fim a uma política que levou ao crescente domínio do grande capital nacional e sobretudo estrangeiro sobre a economia do país".
"Interesses e aspirações que continuaremos a assumir, com a mesma coerência de que demos provas nestes três anos da nova fase da vida política nacional, em todas as iniciativas que contribuam para elevar as condições de vida dos portugueses", garantiu.
O secretário-geral do PCP advogou uma "política de justiça fiscal sobre os rendimentos dos trabalhadores e do povo", que "rompa com o escandaloso favorecimento do grande capital", impeça a "fuga ao pagamento de impostos pelo recurso aos paraísos fiscais e engenharia fiscal e tribute fortemente os lucros, dividendos e transações".
"Portugal está a pagar uma dolorosa e insuportável fatura que hipoteca o seu futuro. Desde o início da atual crise do capitalismo de 2007/08, entre pagamentos de 72 mil milhões de euros em juros da dívida pública, 17 mil milhões de apoios aos banqueiros para cobrir os seus desmandos, mais de dois mil milhões/ano para ‘swap' e ‘PPP', são mais de 100 mil milhões de euros extorquidos ao povo para entregar ao capital", atestou.
(Notícia atualizada às 14:18)
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