"A esses comentadores do palpite, a essas almas desassossegadas, nós queremos dizer que a nossa perspetiva é continuar este caminho de reposição de rendimentos e direitos, que não perderemos nenhuma oportunidade para servir os interesses dos trabalhadores e do povo, conseguir novos avanços neste processo e nesta nova fase da vida política nacional", afirmou.
Jerónimo de Sousa referia-se à interpretação que foi feita de declarações suas à Imprensa, na última terça-feira, em que afirmou que a atual solução política foi "conjuntural" e que "dificilmente se repetirá".
Durante uma intervenção inserida numa ação de pré-campanha autárquica na Fuseta, no concelho de Olhão, distrito de Faro, Jerónimo de Sousa aproveitou para esclarecer que esta nova fase da vida política nacional "não é repetível, porque naturalmente as coisas evoluem".
Para o secretário-geral do PCP, a partir destas declarações, alguns analistas e comentadores fizeram "um desenho", partindo "de uma afirmação clara", uma "verdade de la Palisse", mostrando-se "preocupados" com a possibilidade de o PCP estar "a querer retirar o tapete ao Governo", ironizou.
Durante a ação de apoio ao cabeça de lista da CDU à Câmara de Olhão, Sebastião Coelho, atualmente liderada pelo PS, o líder do PCP sublinhou que a devolução dos salários, reformas e pensões tem beneficiado a economia o país, caminho que é importante continuar num futuro próximo.
Admitindo que o aumento extraordinário das pensões é pouco, Jerónimo de Sousa lembrou que "durante anos, nos anos anteriores, foi sempre a cortar, a cortar e a congelar" e que desta vez "há um avanço que deve ser continuado no próximo Orçamento do Estado".
O líder do PCP considerou ainda que existe a "possibilidade praticamente real" de acabar com o corte "inaceitável" de 10% no subsídio de desemprego.
Por outro lado, insistiu na necessidade de repor as freguesias, tal como existiam antes de 2013, altura em que o governo PSD/CDS-PP levou a cabo uma reorganização administrativa do território.
Respondendo ao desafio de António Costa para que os partidos definam qual a sua posição perante uma reforma de descentralização, Jerónimo de Sousa disse ter "uma proposta imediata e concreta" a fazer.
"Devolvam as freguesias roubadas ao povo e aqui temos um exemplo de proximidade e de descentralização que é necessário realizar", sugeriu.
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