Marcelo Rebelo de Sousa assumiu esta posição numa declaração no Palácio de Belém, em Lisboa, tendo ao seu lado a presidente de Malta, Marie-Louise Coleiro Preca, que hoje recebeu, no início da sua visita de Estado a Portugal.

O chefe de Estado falava sobre a necessidade de "estabilidade, paz e desenvolvimento" no Mediterrâneo, afirmando que Portugal e Malta se têm batido por isso "nas mais variadas organizações internacionais".

Neste contexto, questionou: "E como não querer a paz e o diálogo em tempos como aqueles em que vivemos, ontem [segunda-feira] ainda o vimos no Médio Oriente, que testemunham os perigos de unilateralismos que ponham em causa relações entre aliados e fomentem tensões onde se deveria aplanar um caminho de entendimento?".

Na segunda-feira, dia em que o Estado Israel assinalou os seus 70 anos, mais de 50 palestinianos foram mortos e milhares ficaram feridos por forças israelitas na Faixa de Gaza, durante protestos contra a inauguração da nova embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Jerusalém.

Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a situação em Gaza, na segunda-feira à tarde, e na altura não quis comentá-la diretamente, mas recordou que Portugal discorda da "conduta unilateral" dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

"A posição de Portugal, que é igual à posição da União Europeia, é de não acompanhar a iniciativa americana relativamente a ver a perspetiva de uma ótica essencialmente de um Estado e não de dois", disse.

O Estado português "mantém essa posição, que é de entender que tudo o que contribua para o diálogo é bom, tudo aquilo que, sendo uma conduta unilateral, não contribua para o diálogo, isto é, para esse objetivo de haver dois povos e dois Estados, é negativo", acrescentou.

"Não facilita o caminho para a paz, cria tensão que dificulta esse caminho para a paz", reforçou.