"Jerusalém é a capital eterna do Estado da Palestina e não está à venda em troca de ouro ou de milhões", afirmou à AFP Nabil Abu Rudeina, porta-voz da presidência Palestiniana.
Na véspera, Trump ameaçou cortar a ajuda de centenas de milhões de dólares dos Estados Unidos aos territórios palestinianos, ao admitir implicitamente que as negociações com Israel estão estagnadas.
“Pagamos aos palestinianos CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES [em maiúsculas] e não temos qualquer estima ou respeito. Eles nem sequer querem negociar um há muito devido (…) tratado de paz com Israel”, escreveu Donald Trump no Twitter.
“Com os palestinianos sem qualquer vontade de falar de paz, por que lhes deveremos fazer qualquer um destes massivos pagamentos futuros?”, questionou.
Em 2016, os Estados Unidos destinaram 319 milhões de dólares de ajuda aos palestinianos através da sua agência de apoio ao desenvolvimento (USAID).
A este valor somam-se 304 milhões de dólares concedidos por programas das Nações Unidos aos territórios palestinianos.
Contudo, nos tweets, Trump não especificou que ajuda será eventualmente suspensa.
Na sequência de mensagens, Trump apontou que o seu governo "retirou da mesa [de negociação] Jerusalém, o aspecto mais difícil da negociação".
A 6 de dezembro, Trump anunciou que o seu governo reconhecia Jerusalém como a capital de Israel e que havia determinado ao Departamento de Estado o início do processo de mudar para essa cidade a embaixada americana, situada em Tel Aviv.
A decisão de Trump provocou uma onda global de indignação e protesto. Para o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, com esse gesto os Estados Unidos perderam a capacidade de servir como mediador para eventuais negociações com Israel.
A 21 de dezembro, a Assembleia Geral da ONU aprovou por ampla maioria (128 votos a favor, 9 contra e 35 abstenções) uma resolução de condenação à decisão de Trump, um voto que despertou a ira da Casa Branca.
Na véspera dessa histórica votação, Trump alertou que o seu governo anotaria cada voto para posteriormente discutir a ajuda que destinaria aos respectivos países.
Entre os países latino-americanos, somente a Guatemala anunciou que acompanharia o gesto de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
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