“Sempre que há esses grandes fluxos, neste caso na fronteira terrestre, a nossa Guarda Nacional Republicana (GNR) coopera com a Guardia Civil espanhola e fazem os chamados controlos de fronteira aleatórios não sistemáticos para efeitos de regulação de fluxos e para efeitos de controlos de fronteira, o que é diferente de reposição de fronteiras”, afirmou José Luís Carneiro.

O ministro assegurou que vai ser feito “aquilo que foi feito em 2017”, aquando da visita do Papa Francisco, e que, aliás, se fez agora também em Fátima, porque vieram 300 mil peregrinos.

Foi hoje divulgado que o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou ao ministro da Administração Interna “desagrado e preocupação” pela reposição de fronteiras durante a JMJ.

Em comunicado enviado às redações, a CIM do Alto Minho, que integra os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, adiantou que a exposição entregue, no sábado, a José Luís Carneiro, durante uma deslocação a Viana do Castelo, foi decidida conjuntamente com o Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) do Rio Minho.

“Primeiro não é necessário haver essa preocupação, os senhores autarcas estejam tranquilos. Estive este fim de semana com o senhor presidente da CIM, Manoel Batista, que me colocou a questão e eu disse-lhe que não era necessário preocupar-se, nem era preciso nenhuma carta”, afirmou hoje o ministro da Administração Interna, que falava aos jornalistas em Murça.

Trata-se, reforçou, de “repor controlos aleatórios não sistemáticos porque há fluxos que vêm de toda a Europa” e é “necessário que eles se façam garantindo a segurança”.

“Esse é um primeiro objetivo para que a JMJ decorra como deve decorrer, a segurança é mesmo fundamental porque vamos ter aqui um milhão ou um milhão e meio de pessoas”, afirmou.

E acrescentou: - “Muitas virão do Leste da Europa, outras virão pelo mediterrâneo e entrarão por países da Europa e virão por vias terrestre e há mesmo aqueles que virão da América Latina de avião e que irão sair nos aeroportos espanhóis”.

“Portanto é necessário cooperar com os espanhóis na regulação dos fluxos nas fronteiras em Espanha e depois no percurso terrestre que se faz até chegar a Portugal”, salientou.

Quanto à mobilidade entre fronteiras, o ministro disse que “os senhores autarcas podem estar tranquilos” porque, repetiu, “nada mais é do que aquilo que já se fez em 2017 com a visita do Papa Francisco e como ainda se fez agora há dias na denominada operação Fátima”.

Para os autarcas do Alto Minho a reposição de fronteiras seria uma medida que “afetaria a rotina diária de milhares de pessoas que atravessam a fronteira, à qual acresce a dinâmica turística do período em causa, a primeira semana de agosto”.

Segundo a CIM do Alto Minho e o AECT do Rio Minho, “o período em causa, de 01 a 06 de agosto, é marcado por uma grande intensidade turística, propiciada por programações culturais atempadamente realizadas a pensar nos turistas, mas também pelo regresso de milhares de emigrantes que aproveitam as férias de verão para desfrutar na sua terra de origem”.

As duas entidades frisam que “a fronteira terrestre entre a eurocidade Valença e Tui é a mais movimentada do país, com um volume de circulação diário de 22.000 veículos, sendo que a eventual reposição de fronteiras, durante a JMJ, causaria um forte transtorno nas dinâmicas comerciais e laborais no contexto transfronteiriço”.

A JMJ, considerada como o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

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