Os cerca de 2.300 voluntários afetos à segurança do recinto da Jornada são “uma espécie de ‘stewards’ e vão prestar apoio aos peregrinos” em aspetos como “levar as pessoas aos locais ou garantir que os corredores de segurança estejam livres para que cheguem as equipas do INEM”, explicou à agência Lusa o coordenador da equipa de segurança e proteção civil da JMJ, tenente-coronel Jorge Barradas.
Os voluntários, de mais de uma centena de nacionalidades, tiveram, na última semana, “formações diversificadas, desde motivação, operar com rádios, questões de controlo de multidões, para perceber como é que as multidões se movimentam quando está muita gente, quando está pouca gente”, exemplificou aquele responsável, lembrando que uma das preocupações em termos de segurança é com as saídas, já que “as pessoas vão entrando paulatinamente durante o dia, mas na saída é toda a gente ao mesmo tempo”.
Os voluntários afetos à segurança, que igualmente prestarão serviço no Parque Tejo, atuarão orientados por um grupo de coordenadores e de supervisores “cujo critério [de escolha] foram pessoas falantes de português para que a linguagem no rádio seja portuguesa, seja fluida”, independente da nacionalidade dos voluntários no terreno.
Para o responsável pela segurança na JMJ, “o próprio Parque Eduardo VII é um desafio substancial quando comparado com o Parque Tejo”, atendendo à existência de estátuas que “são um obstáculo, de subidas e descidas acentuadas, das zonas de sombra, que se tiver calor as pessoas vão procurar e gerar muito afluxo”.
Jorge Barradas estimou que ao longo da Jornada as zonas do Marquês de Pombal e da Avenida da República possam tornar-se “complicadas”, estando a ser coordenadas em termos de segurança como “zona autónoma”. A perspetiva é a de grande afluxo de pessoas a partir do dia 03, com a chegada do Papa Francisco, e “no dia 04, na via-sacra, a questão será muito mais complicada, podendo ir até aos Restauradores ou mesmo até ao Terreiro do Paço”, explicou.
Além do reconhecimento do terreno, a formação de hoje, no Parque Eduardo VII, foi também “uma preparação para aquilo que será o fim de semana no Parque Tejo”, onde momentos como a vigília e o anúncio do país escolhido para a realização da próxima Jornada serão as alturas “de maior preocupação e onde todos os voluntários estarão alocados”.
Em qualquer dos locais a coordenação de segurança está preparada para uma monitorização permanente dos fluxos de entrada de peregrinos e para a eventualidade de “encerrar os postos de controle de entradas e encaminhá-los para as avenidas próximas”.
A par com os voluntários, a segurança no Parque Eduardo VII contará com uma empresa de segurança privada, que será chamada a atuar se a ação dos voluntários não for suficiente e, só em última instância, será pedida a intervenção da PSP, afirmou Jorge Barradas.
A JMJ Lisboa 2023, o maior evento da Igreja Católica e que se realiza pela primeira vez em Portugal, de 01 a 06 de agosto, deverá levar a Lisboa mais de um milhão de pessoas.
Comentários