As garantias de Carlos Moedas foram dadas esta manhã durante uma visita a uma ação de formação do curso Medical Response to Major Incidentes (MRMI), que decorre até hoje no Centro Hindu de Lisboa e que visa a preparação da cidade para a JMJ.
“É um grande gosto estar aqui e dizer aos lisboetas e aos portugueses que a Jornada Mundial da Juventude vai correr muito bem. Vai correr muito bem porque estamos bem preparados. Podem estar serenos”, afirmou.
Questionado sobre os cuidados que estão a ser preparados para evitar a desidratação dos peregrinos que irão estar presentes nos recintos da JMJ, o autarca social-democrata adiantou que “esse trabalho está a ser preparado com os bombeiros” e admitiu a possibilidade de se recorrer à distribuição de garrafas de água ou canhões pulverizadores para refrescar os participantes.
“Nestes grandes eventos nós temos sempre a parte feita pelo nosso Regimento de Sapadores Bombeiros, seja através das garrafas de água, seja através de movimentos daquilo que é esta aspiração de água, que pode molhar as pessoas na altura. Eu diria que é o normal nestes grandes eventos, só que aqui a normalidade tem que ser multiplicada por 10 ou 20”, apontou.
Organizada pela Câmara de Lisboa, através do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), a ação de formação do MRMI começou na segunda-feira e contou com a presença de 157 profissionais, de 28 entidades.
“Esta formação baseia-se num modelo de simulação avançada em que é treinada toda a cadeia de comando, em vertentes como cenários de acidentes, transportes, pré-hospitalar, gestão de hospitais face a cenários de multivítimas, triagem, corredor de evacuação e estrutura da comunidade numa resposta a um incidente”, de acordo com um comunicado do município.
Já na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, onde foi ouvida hoje de manhã em audição regimental, Ana Catarina Mendes afirmou que o Estado assumiu um conjunto de responsabilidades no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) através do Orçamento do Estado e de uma resolução do Conselho de Ministros, estando “todas a ser cumpridas nos prazos certos”.
“Estamos a 102 dias da realização deste grande evento, que é talvez o maior evento que se espera em Portugal, são cerca de 1,5 milhões de jovens que se deslocarão a Portugal a propósito da JMJ, cuja organização é da Igreja, em que o Estado e as autarquias se associam”, disse.
Ao fazer o ponto da situação atual, Ana Catarina Mendes transmitiu tranquilidade e destacou a cooperação entre o Estado, Igreja e autarquias locais envolvidas, nomeadamente Loures, Lisboa e Oeiras.
A ministra sustentou também que “o Estado está fazer tudo o que é possível para que esta realização corra bem” do ponto de vista da segurança, saúde, turística, económica e “daquilo que deve ser um bom momento de celebração em Portugal”.
“Está a fazer de tudo o que pode para gastar o menos dinheiro que for possível, porque aquilo que deve ser bem feito deve ser também com transparência”, referiu.
A governante frisou igualmente estar de “consciência tranquila porque a unidade de missão está a fazer o seu trabalho e os compromissos assumidos em termos internacionais com todas as instituições estão a ser cumpridos e serão honrados até ao final”.
A ministra deu conta que o plano de mobilidade foi apresentado recentemente e implica não apenas a facilidade do uso dos transportes públicos, mas também os constrangimentos que possam ser criados pelo fluxo de gente que se vai dirigir à Área Metropolitana de Lisboa durante a primeira semana de agosto.
“O plano de segurança está neste momento feito com as forças de segurança. As questões da saúde têm de ser vistas não apenas no apoio no próprio recinto, como também o Serviço Nacional de Saúde responder àquilo que vai ser uma pressão maior na primeira semana de agosto”, disse.
A ministra afirmou ainda que os contratos referentes à JMJ estão todos disponíveis e que a despesa do Estado com a organização do evento pode ir até aos 20 milhões de euros, tendo em conta a unidade de missão, o plano de mobilidade, de segurança e de saúde.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.
O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, no dia 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. Este gesto marcou a abertura mundial das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.
Até ao momento já iniciaram o processo de inscrição mais de meio milhão de jovens.
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