A revelação de José Sá Fernandes foi feita esta tarde durante a apresentação aos jornalistas da primeira das três fases do plano de mobilidade, que está a ser preparado para este evento religioso.
“Trata-se de um evento excecional e ocasional onde todos são necessários. Espero que isto chegue a bom porto. Estão a existir conversações de os operadores com os seus trabalhadores e sindicatos”, referiu o coordenador nomeado pelo Governo, quando questionado sobre as greves que têm ocorrido no setor dos transportes.
Numa conferência de imprensa que contou também com a participação de Isabel Pimenta, da VTM, empresa responsável pela elaboração deste plano de mobilidade, o antigo vereador da Câmara Municipal de Lisboa sublinhou a dimensão do evento e a necessidade de todos os transportes funcionarem “com toda a sua capacidade instalada”.
No entanto, quando questionado sobre a necessidade de serem alargados os horários de alguns transportes públicos, nomeadamente do Metropolitano, Isabel Pimenta ressalvou que tal “não será necessário”, uma vez que os eventos ligados à JMJ terminarão antes do horário de encerramento dos serviços.
“O que está previsto no metro é que seja instalada a capacidade máxima. Não está nesta altura equacionada a abertura 24 horas por dia, porque os eventos decorrem até ao final da tarde e a expetativa é que o escoamento, apesar de serem grandes massas humanas, não justifica o funcionamento do metro toda a noite”, explicou a responsável da VTM.
Isabel Pimenta adiantou também que decorrem conversações com vários operadores de transporte, nomeadamente com táxis e com plataformas TVDE para acertar uma estratégia.
“Fazem parte da solução, mas ainda não está fechado”, apontou, adiantando que existe uma proposta para a criação de um passe especial para os peregrinos e que terá “o máximo de descontos possíveis".
Este passe, cujo valor ainda não foi divulgado, será destinado apenas aos peregrinos inscritos para participar na JMJ.
Por outro lado, a responsável da VTM aconselhou os participantes na JMJ a adquirirem previamente os seus títulos de transporte.
“Se fossem adquiridos no dia as bilheteiras não estariam preparadas. As máquinas não teriam essa capacidade”, explicou Isabel Pimenta.
De acordo com a calendarização, a segunda fase deste plano deverá estar concluída em 15 de julho e a terceira em 08 de agosto.
Além do plano de mobilidade, cabe também ao Governo elaborar um plano de Segurança e de Saúde.
O plano de Saúde deverá estar concluído dentro de um mês, segundo perspetivou José Sá Fernandes.
De acordo com um despacho assinado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, publicado hoje em Diário da República, será criada uma comissão para elaborar o plano de resposta e de gestão dos recursos desta área.
"O previsível e progressivo aumento da afluência de cidadãos na participação em iniciativas pré-jornada, nomeadamente os ‘dias nas dioceses’ a decorrer em 17 dioceses de Portugal e o encontro de jovens de 26 a 31 de julho, culminando nas cerimónias oficiais a decorrerem de 1 a 6 de agosto, exigem um reforço da capacidade de resposta dos diferentes níveis de cuidados de saúde”, pode ler-se no despacho.
Esta comissão integra representantes do Ministério da Saúde na Comissão de Acompanhamento do Grupo de Projeto para a organização da JMJ, da Direção-Geral da Saúde, da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), do Instituto Ricardo Jorge (INSA), do INEM e das várias administrações regionais de saúde, entre outras entidades públicas do setor.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.
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