“Entre hoje e amanhã vamos assistir ao primeiro grande momento da jornada com um número elevado de peregrinos que se vão deslocar das dioceses de acolhimento para Lisboa, Setúbal e Santarém, e que poderá provocar alguns constrangimentos consideráveis no funcionamento habitual da vida quotidiana dos residentes, nomeadamente na mobilidade e acesso a serviços”, disse Paulo Vizeu Pinheiro, em conferência de imprensa.

O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI) avançou que as forças e serviços de segurança iniciaram hoje uma nova fase da operação de policiamento e segurança à Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer em Lisboa de terça-feira a domingo.

Este responsável frisou que se trata da “maior operação de segurança alguma vez planeada e executada em Portugal”, sendo a JMJ “um evento sem precedentes” no país, que envolve não só a chegada e o trânsito de “uma enorme massa de peregrinos”, como também a visita do Papa Francisco.

Segundo Paulo Vizeu Pinheiro, esta operação “exige um dispositivo de segurança considerável e de inédita dimensão, com uma abrangência que se vai sentir a nível nacional”.

O secretário-geral do SSI indicou que termina hoje a primeira fase da operação de segurança que “trouxe milhares de peregrinos para participarem em eventos espalhados por todo o território nacional sem que se fizessem sentir impactos negativos na segurança”.

Paulo Vizeu Pinheiro fez um balanço “claramente positivo” da primeira semana de controlo das fronteiras terrestres, aéreas e marítimas, destacando a forma inteligência como as forças de segurança envolvidas estão a fazer este controlo das entradas em Portugal.

Na conferência de imprensa, em que estiveram presentes representantes de todas as forças e serviços de segurança envolvidos na operação, bem como da emergência médica e proteção civil, o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP realçou o número de polícias envolvidos, cerca de 10.000.

Segundo Paulo Pereira, foram deslocados para Lisboa cerca de 2.000 polícias dos vários comandos da PSP do país para reforçar o Cometlis, a que juntam aos cerca de 7.000 elementos que fazem parte do Cometlis.

A PSP tem ainda envolvidos os elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP) nesta operação, designadamente os polícias que fazem parte do Corpo de Segurança Pessoal, que vão fazer a segurança do Papa Francisco.

Zona do Marquês com 343 pontos de revista para acesso ao Parque Eduardo VII

A zona do Marquês de Pombal, em Lisboa, terá 343 pontos de revista para controlar o acesso ao Parque Eduardo VII, onde decorrem algumas das principais iniciativas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), foi hoje divulgado.

“Teremos aqui nesta área do Marquês de Pombal cerca de 343 pontos de revista, em 12 portas, e poderemos em todos estes locais de entrada fazer uma revista e um controlo das pessoas que estão inscritas, até porque é um requisito que será exigido para determinadas áreas”, disse o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

Paulo Pereira, que falava durante o ‘briefing’ diário de segurança do evento, no Centro de Imprensa localizado junto ao Parque Eduardo VII, acrescentou que haverá um espaço para não inscritos, sendo que a PSP, em articulação com o promotor da JMJ, fará o controlo e o encaminhamento dos peregrinos para os diversos setores.

“A nossa intervenção e revista poderá ser por amostra, atendendo a alguns critérios, dependendo do momento em que nos encontramos e da pressão que haja sobre a porta, mas não deixaremos de fazer um controlo e revista de acordo com os nossos critérios”, sublinhou.

Relativamente ao escoamento de pessoas no fim de semana do Parque Tejo, onde decorrem também algumas das principais iniciativas da JMJ, o comandante do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP sublinhou que será garantido o escoamento e as aberturas necessários para que as pessoas saiam ao ritmo que pretendem.

“Sabemos que, de sábado para domingo, muitos dos peregrinos permanecerão e dormirão no recinto, portanto, teremos de avaliar quais os percursos, qual o número de pessoas que pretendem sair. Estamos preparados e iremos avaliar”, referiu.

Acrescentando não poder especificar quanto tempo demorará o escoamento daquele recinto na frente ribeirinha de Lisboa, o responsável disse que dependerá do “ritmo que cada um pretender”, assegurando que no local será prestada informação aos peregrinos que permita que estes possam aceder aos seus transportes “com tranquilidade”.

Relativamente às restrições de tráfego na chamada zona vermelha, entre o Terreiro do Paço e o Marquês de Pombal, onde o trânsito será proibido, os cidadãos residentes ou que trabalhem na área abrangida devem ter consigo o cartão de cidadão e comprovativo de morada ou declaração da entidade patronal para poder circular nas zonas com limitações de acesso.

Segundo Paulo Pereira, apesar das restrições, e “de acordo com a intenção de máxima segurança com o mínimo de impacto”, haverá funcionários de determinadas empresas ou situações urgentes a que a polícia terá de atender “numa política de flexibilidade e de necessidade”, sendo as situações analisadas caso a caso.

“Quem puder ter a declaração [da entidade patronal] e algum documento que comprove a morada e a necessidade de deslocação para determinado local, certamente facilitará bastante o trabalho da polícia e facilitará também o acesso das pessoas aos locais onde residem ou trabalham”, afirmou.

Quanto à proibição de levar para os recintos cartazes de grandes dimensões ou com mensagens ofensivas, o responsável salientou que o objetivo é evitar tudo o que perturbe os peregrinos “de poderem assistir, com tranquilidade, com boa visão e boas condições” aos eventos da JMJ.

Questionado ainda pelos jornalistas sobre qual o teor de eventuais mensagens ofensivas, o responsável respondeu que, “em abstrato” não conseguia adiantar ou identificar, para já, “qualquer tipo de mensagem” que venha a ser objeto dessa proibição.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ realiza-se este ano em Lisboa, de terça-feira a domingo, com a presença do Papa Francisco, sendo esperadas mais de um milhão de pessoas.

(Notícia atualizada às 15h34)