Na quinta-feira, o bispo auxiliar de Lisboa e coordenador geral do Comité Organizador Local (COL), D. Américo Aguiar, anunciou que haveria uma reunião para rever todas as parcelas do projeto e perceber onde é possível cortar, na qual também participará a Mota-Engil, a quem foi entregue a obra por ajuste direto.
Em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita do presidente da Assembleia da República à sede da Fundação JMJ, D. Américo Aguiar adiantou que a reunião deverá realizar-se na próxima semana, sem confirmar a data.
De acordo com o bispo coordenador, o objetivo da reunião é avaliar “o que é essencial e o que não é essencial”.
“O que é essencial, temos que o fazer, e o que não é essencial, temos de corrigir”, afirmou.
Reafirmando aquilo que já tinha dito, em conferência de imprensa, na quinta-feira, D. Américo Aguiar reconheceu que “o que não devia ter acontecido, aconteceu” e, por esse motivo, a Fundação vai passar a acompanhar “de fio a pavio” os projetos em curso.
“Felizmente, o escrutínio chamou-nos à atenção para fazermos melhor”, sublinhou.
A obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, numa empreitada atribuída por ajuste direto.
Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da Contratação pública, "a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)", somando-se a esse valor "1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura".
Na terça-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, referiu que sabia que a construção do altar-palco iria ficar muito cara, acrescentando que será realizada com as especificações indicadas pela Igreja Católica.
Já hoje, o Vaticano esclareceu que não tomou parte em qualquer decisão sobre a construção e custo do polémico altar-palco da JMJ 2023, remetendo responsabilidades para a autarquia de Lisboa.
O diretor do gabinete de imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, citado pela Agência Católica de Informação, explicou que "a organização do evento é local" e, por isso, a decisão relativamente ao custo recai sobre a Câmara Municipal de Lisboa.
Questionado sobre a reação do Vaticano, disse que “a linguagem não é colocar-se à margem, nem passar as culpas” e considerou que “a Santa Sé respondeu o que está certo”.
“Certamente que existe (desconforto), porque todos nós somos feitos com o mesmo barro, inspirados com o mesmo espírito e todos ficamos magoados quando não se faz o mais certo”, acrescentou, esclarecendo que a Fundação não foi questionada pelo Vaticano a propósito do altar-palco.
A JMJ é o maior encontro de jovens católicos de todo o mundo com o Papa, que acontece a cada dois ou três anos, entre julho e agosto e que em 2023 se realiza em Lisboa.
Comentários