O neurocirurgião João Lobo Antunes faleceu hoje aos 72 anos e, numa nota enviada às redações por Assunção Cristas, o CDS-PP lamenta "profundamente a sua morte" e apresenta à família e à Universidade de Lisboa os "profundos sentimentos, na convicção de que nunca morre quem deixa uma obra e uma vida tão fecundas".

"João Lobo Antunes citava Montaigne e que todos os dias conduzem à morte. Mas mesmo uma certeza, quando chega, é abrupta", começa por referir a líder centrista.

Segundo Cristas, "como médico tentou salvar vidas, como cientista tentou melhorá-las mas, sobretudo, como verdadeiro humanista tentou percebê-las".

"Recebeu merecidamente todas as honras e distinções do nosso país, da sociedade civil e da academia porque em todos estes palcos foi ativo. Mas, mais do que recebeu, mostrou-nos como se pode ‘fazer' a ciência para cada pessoa, para cada um de nós", enaltece.

Assunção Cristas recordou que João Lobo Antunes disse que o que assustava "é a morte interromper a dádiva da vida" e defende que o "reconhecimento do outro e de cada vida é um exemplo que não pode ficar interrompido".

"O seu último cargo institucional era uma tradução de si mesmo: João Lobo Antunes foi um homem das ciências e da vida", evidencia.

Mandatário nacional das candidaturas presidenciais de Jorge Sampaio e de Cavaco Silva, Lobo Antunes foi conselheiro de Estado de Cavaco Silva e presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa com uma média final de 19,47 valores, foi professor catedrático de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa e foi diretor de serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Prémio Pessoa em 1996, no último 25 de Abril recebeu do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.