“Dois funcionários da Embaixada de Israel foram mortos sem sentido esta noite perto do Museu Judaico em Washington D.C. (…) Estamos a investigar ativamente e a trabalhar para obter mais informações para partilhar”, disse a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, numa declaração publicada na rede social X.

A polícia da capital norte-americana, que está a recomendar à população que evite a área envolvente ao museu, disse que está a investigar o ataque, ocorrido à frente do gabinete local do FBI, e a trabalhar com a Embaixada de Israel.

Pelo menos uma das vítimas tinha sido inicialmente transportada para um hospital local em estado crítico, informaram também os ‘media’ locais.

Quem é o atirador?

A polícia metropolitana de Washington deteve esta manhã um suspeito do ataque.

Elias Rodriguez tem 30 anos e é natural de Chicago. Foi visto a circular nas imediações do museu antes do tiroteio, e depois do ataque, entrou no edifício, onde foi detido pela segurança do evento.

Durante a detenção, o suspeito entoou slogans pró-Palestina, como "Palestina livre, Palestina livre", e indicou o local onde havia descartado a arma, que foi posteriormente recuperada pelas autoridades. Não é conhecido qualquer antecedente criminal de Rodriguez.

Quem são as vítimas?

As vítimas foram identificadas como Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrum.

Segundo o embaixador de Israel nos EUA, Yechiel Leiter, o casal tinha acabado de ficar noivos.

O ataque ocorreu quando ambos deixavam o evento organizado pelo Comité Judaico Americano, destinado a profissionais judeus com idades entre os 22 e os 45 anos.

“O que parece ter acontecido é que, quando estavam a sair, foram baleados a curta distância por um único atirador”, disse o correspondente nos EUA da Sky News, Mark Stone.

“Ele disse que um anel tinha sido comprado nos últimos dias, e que iam viajar para Jerusalém para ficarem noivos. E agora, esta noite, tornaram-se vítimas deste ataque horrendo.”

Stone afirma que esteve em contacto com fontes na embaixada de Israel que estão “completamente destroçadas” com o que aconteceu.

Reações

“Estes horríveis assassínios em Washington, obviamente motivados pelo antissemitismo, têm de acabar AGORA!”, reagiu hoje, na rede social Truth Social, o Presidente dos EUA, Donald Trump.

“O ódio e o radicalismo não têm lugar nos Estados Unidos”, acrescentou.

Benjamin Netanyahu está "chocado com o horrível assassinato antissemita" de dois membros do pessoal da embaixada de Israel em Washington DC, segundo informou o seu gabinete numa publicação no X.

O primeiro-ministro de Israel afirmou que a segurança será agora reforçada nas embaixadas israelitas em todo o mundo.

O embaixador de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, classificou o ataque como um “ato perverso de terrorismo antissemita”, numa publicação na X.

“Prejudicar a comunidade judaica é ultrapassar os limites. Estamos confiantes de que as autoridades norte-americanas irão reprimir os responsáveis por este ato criminoso. Israel continuará a atuar com determinação para proteger os seus cidadãos e representantes em todo o mundo”, afirmou Danon.

A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, disse, também na rede social X, que se deslocou ao local com Jeanine Ferris Pirro, procuradora-geral adjunta do Distrito de Columbia.

“Rezamos pelas vítimas desta violência enquanto trabalhamos para saber mais sobre o que aconteceu”, indicou Bondi.

O diretor executivo do Comité Judaico Americano (American Jewish Committee), Ted Deutch, disse à emissora norte-americana ABC que este grupo organizou um evento no museu, na quarta-feira à noite.

“Estamos devastados por um ato hediondo de violência que ocorreu fora do recinto. Neste momento, enquanto aguardamos mais informações da polícia sobre o que aconteceu, a nossa atenção e os nossos corações estão com as vítimas e as suas famílias”, acrescentou Deutch.

Onde foi o tiroteio?

O Museu Judaico onde aconteceu o tiroteio é perto da Casa Branca e de outros monumentos importantes em Washington. Num comunicado, a equipa referiu que "está profundamente triste e chocada com a violência e insensibilidade vividas esta noite".

A Associated Press falou com duas pessoas que estavam no local.

A dupla, Yoni Kalin e Katie Kalisher, encontrava-se dentro do Museu Judaico da Capital para um evento sobre ajuda humanitária quando ouviram tiros e relataram que um homem entrou no edifício com ar angustiado.

Kalin disse que algumas pessoas tentaram ajudá-lo e lhe deram água, pensando que ele precisava de auxílio, sem perceberem que era o suspeito.

"Quando a polícia chegou, ele tirou um keffiyeh vermelho e gritou repetidamente: 'Libertem a Palestina'", disse Kalin.

Ao descrever o evento, Kalin explicou que os presentes estavam a discutir: "Como é que podemos realmente ajudar tanto as pessoas em Gaza como as pessoas em Israel?

"Como é que podemos juntar muçulmanos, judeus e cristãos para trabalharem juntos e ajudarem verdadeiramente pessoas inocentes? E depois aparece ele e assassina duas pessoas a sangue frio", contam.