Fonte do gabinete do presidente do parlamento adiantou à agência Lusa que Eduardo Ferro Rodrigues já transmitiu as condolências à família do neurocirurgião João Lobo Antunes, que morreu hoje aos 72 anos.

No voto, que será apresentado em plenário, refere-se que João Lobo Antunes frequentou o antigo Liceu Camões, licenciou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e doutorou-se pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde esteve como bolseiro da Fundação Fullbright.

"A passagem pelos Estados Unidos da América haveria de marcá-lo profundamente, tanto do ponto de vista profissional, como do ponto de vista intelectual e cívico. João Lobo Antunes foi muito mais do que o brilhante neurocirurgião que todos lembramos - o que já não seria pouco. Foi um cidadão a tempo inteiro. Um humanista", salienta-se no voto que é subscrito por todas as bancadas.

No mesmo texto, frisa-se também que João Lobo Antunes era um "apaixonado pelo conhecimento, fascinado pelo mistério da vida e da inteligência humana".

"João Lobo Antunes era um homem de cultura, conhecedor dos clássicos e atento aos movimentos e às tendências do seu tempo. A excelência profissional desenvolveu-se a par do empenhamento cívico", lê-se no documento.

Em relação a ações de natureza cívica, no voto lembra-se que o neurocirurgião foi mandatário nacional das candidaturas de dois antigos presidentes da República, Jorge Sampaio e Cavaco Silva, sendo "respeitado por todos os quadrantes políticos".

"Antigo conselheiro de Estado, empenhou-se na unificação das universidades de Lisboa e foi uma voz presente, serena e lúcida no espaço público português. Recebeu no passado dia 25 de abril, das mãos do Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Era atualmente Presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. As tensões entre os avanços da ciência e os valores éticos eram aliás um dos seus temas de eleição", lê-se ainda no texto.

No voto proposto aos deputados define-se depois João Lobo Antunes como "um grande português".

"É, pois, com profunda tristeza que a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, assinala o seu falecimento, transmitindo à sua família o mais sentido pesar", acrescenta-se.

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