É impossível dissociar Jon Stewart do "The Daily Show", programa de notícias satírico que junta informação e humor, que apresentou entre 1999 e 2015. Foram 16 anos a comentar o estado político (e não só) norte-americano que resultaram em 23 Emmys.

Assim, foi durante uma entrevista com o jornalista Charlie Rose, no CBS This Morning, enquanto estava a promover o seu livro "The Daily Show: An Oral History", que o jornalista quis saber a reação de Stewart na surpreendente vitória do agora eleito Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

“Não acredito que sejamos um país tão fundamentalmente diferente do que éramos há duas semanas”, disse. “Somos o mesmo país que elegeu Donald Trump e Barack Obama”, acrescenta.

O comediante disse ainda que se sente mal por aqueles que sentem que estas eleições trazem mais incerteza e insegurança, "mas que esta luta nunca foi fácil".

Aproveitou ainda para dar alfinetadas quer no Partido Democrata, quer no Partido Republicano.

"Donal Trump é uma reação não apenas para os democratas, como também aos republicanos", começo por explicar. "Ele não é um Republicano - ele é o repúdio dos Republicanos, mas vão continuar a recolher os benefícios da sua vitória".

Mas o antigo apresentador do "The Daily Show" reservou algumas palavras mais ásperas para os liberais.

"Agora existe esta ideia que qualquer pessoa que tenha votado em Trump seja definido como o pior da retórica deste", disse.

Mencionou ainda, especificamente, o Senador Mitch McConnell e Paul Ryan, Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, pois considera que estes fizeram toda a sua carreira política na convicção que o Governo não funciona, e tem usado o poder que dispõem nas suas posições para se assegurarem "que assim seja".