Carlos Daniel tinha pedido no ano passado uma licença sem vencimento para colaborar com a FPF em 2019, a qual irá lançar um canal desportivo ainda este ano.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da RTP confirmou que a empresa "recebeu o pedido do jornalista Carlos Daniel para terminar a licença sem vencimento e regressar" à estação pública.
"A administração confirma o regresso do jornalista, que assim continuará a contribuir para a valorização do serviço público prestado pela RTP", afirmou a mesma fonte, escusando-se a adiantar mais pormenores.
Por sua vez, a FPF salientou, em comunicado, que, na sequência da “extinção do memorando de entendimento entre a FPF e a RTP, por iniciativa da Federação Portuguesa de Futebol, entendeu o presidente da FPF solicitar à administração da RTP para uma reunião, que aconteceu ontem [terça-feira], na Cidade do Futebol”.
Nessa reunião, o presidente da entidade informou o presidente do Conselho de Administração da RTP de “que era entendimento da FPF que a licença sem vencimento do jornalista Carlos Daniel deixaria, naturalmente, de fazer sentido, com a extinção do memorando”.
Assim, o organismo “acertou ontem [terça-feira] a desvinculação com o jornalista Carlos Daniel, a quem agradece profundamente o empenho nestes meses de preparação do lançamento da plataforma 11”.
"Entendemos que o sentido ético que aqui demonstrou o valoriza a ele, à Federação e à RTP, empresa para a qual agora regressa", concluiu o organismo.
Em 09 de janeiro, a RTP tinha assinado um memorando de entendimento com a FPF, cuja cessação foi anunciada em 19 de março, pela Federação Portuguesa de Futebol, devido à polémica em torno do mesmo, que levou o Governo a questionar o Conselho de Administração da estação pública sobre o assunto.
Em 26 de março, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, disse, durante uma audição parlamentar, que o Governo ainda não tinha tomado posição sobre este tema.
"Só depois desta análise é que iremos ter uma posição sobre se as respostas" vão ou não ao encontro da informação solicitada, acrescentou, na altura, a governante.
Em 22 de março, no âmbito de um comunicado do Conselho Geral Independente (CGI), órgão que supervisiona o Conselho de Administração da RTP, tinham sido divulgadas as respostas enviadas ao Governo.
A administração da RTP "refuta veementemente", numa resposta enviada aos ministros da Cultura e das Finanças, que o memorando com a FPF desse vantagens ao novo canal privado em detrimento de outros.
A RTP referiu ainda que na celebração do memorando "esteve sempre presente a valorização do serviço público e cumprimento das missões que lhe estão cometidas", sendo que o principal objetivo "era ter a possibilidade de aceder a conteúdos da FPF" para transmitir nos canais públicos.
Previa também a cedência temporária de trabalhadores "sempre que fosse do seu interesse, mediante enquadramento legal adequado", lê-se na resposta.
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