Em declarações aos jornalistas à chegada à sede nacional do PS, em Lisboa, onde decorre esta noite uma reunião da Comissão Política Nacional do partido, José Luís Carneiro considerou que a disponibilidade do secretário-geral socialista para viabilizar um Orçamento retificativo da Aliança Democrática (AD) é uma “posição sensata”.

“A posição foi uma posição de cooperação e eu acho que essa posição de cooperação foi construtiva e mostra uma abertura ao diálogo e à cooperação e uma vontade de servir o país, porque acho que é isso que os partidos políticos têm de fazer em momentos especialmente difíceis e exigentes como o que estamos a viver”, disse.

No entanto, o candidato que foi derrotado por Pedro Nuno Santos na disputa pela liderança do PS em dezembro, ressalvou que primeiro é preciso saber “se vai haver orçamento retificativo e, se houver, quais são os termos em que esse orçamento retificativo é apresentado”.

Interrogado se considera que o PS deve também estar disponível para viabilizar um Orçamento do Estado da AD - Pedro Nuno Santos já considerou que isso seria “praticamente impossível” -, José Luís Carneiro considerou que “ainda é cedo” pronunciar-se sobre isso.

O também ministro da Administração Interna salientou que na próxima semana será instalada a Assembleia da República, falta conhecer o Governo e o seu programa, ainda vão realizar-se as eleições europeias e é preciso ver se a AD apresenta ou não um orçamento retificativo.

“Portanto, a questão do Orçamento é uma questão que ainda vem longe”, disse, reforçando que essa discussão “não é oportuna” nesta fase.

“Agora é muito importante avaliar os resultados eleitorais, tirarmos as devidas ilações e mostrarmos que estamos aqui para cooperar e servir o país, porque esse é mesmo o principal objetivo dos partidos políticos”, afirmou.

Na terça-feira, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Pedro Nuno Santos manifestou-se disponível para viabilizar um orçamento retificativo da AD que vise valorizar as grelhas salariais dos professores, profissionais de saúde, oficiais de justiça e forças de segurança até ao verão.