Na terça-feira, às 17:00, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, vai reunir-se no Ministério com jovens ativistas, que nas manifestações têm pedido o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e também sua demissão. Os jovens acusam António Costa Silva de ter dito que não tem preconceitos contra projetos de exploração de gás.

Na noite de hoje, a porta-voz dos jovens, Alice Gato, disse à Lusa que os jovens decidiram acabar com todas as ocupações e concentrarem-se na terça-feira às 16:15 no Largo Camões, em apoio com os ativistas que se vão reunir com o ministro da Economia.

Segundo Alice Gato, no final da reunião com o governante, serão anunciadas novas formas de luta. As ocupações continuam na próxima primavera dizem também os jovens em comunicado.

Ao longo da última semana, jovens ativistas promoveram um protesto que passou pela ocupação de escolas secundárias e faculdades em Lisboa a apelar à preservação do planeta.

No sábado, durante uma marcha pelo clima, dezenas de manifestantes invadiram um edifício em Lisboa onde decorria um evento privado onde estava António Costa Silva, que mais tarde considerou a manifestação “absolutamente legítima”.

Todas as ocupações decorreram de forma pacífica, mas o diretor da Faculdade de Letras da Faculdade de Lisboa chamou a polícia, que retirou os estudantes, tendo quatro deles sido detidos e ouvidos hoje em tribunal, estando o julgamento marcado para dia 29.

Num comunicado divulgado esta noite os ativistas lembram que na última semana ocuparam duas escolas e quatro universidades e que hoje mesmo encerraram o Liceu Camões, sempre com as duas reivindicações (fim dos combustíveis fósseis até 2030 e demissão do ministro da Economia e do Mar), e acrescentam que dão por fim à vaga de ocupações.

“Embora não tenhamos vencido as nossas reivindicações ainda, decidimos dar hoje fim a esta vaga” de ocupações para começar já a preparar a “próxima vaga de ocupações, mais fortes e mais capazes na primavera de 2023”, avisam.

No mesmo comunicado garantem que não vão parar nem desistir de “mudar o rumo da história”, prevenindo o colapso da civilização, e que vão voltar a ocupar. “Porque o nosso governo, que deveria salvaguardar a nossa existência, já provou que não está à altura de enfrentar a maior crise das nossas vidas e que o único interesse que defende é o do lucro”.

Depois de lembrarem terem fechado duas escolas secundárias (António Arroio e Liceu Camões) pelo clima, e terem “criado disrupção” em quatro universidades (além da Faculdade de Letras o Instituto Superior Técnico, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e a Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa) os ativistas concluem: “declaramos que estas ocupações foram um sucesso”.

Os jovens, alguns deles fazendo parte do movimento Greve Climática Estudantil, aderiram ao movimento internacional “End Fossil Occupy!”.

As ocupações coincidem com a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que começou no dia 06 em Sharm el-Sheikh, no Egito, e decorre até sexta-feira.