Da área da saúde, passando pela matemática, engenharia e ciências da educação, vários são os trabalhos científicos que mais de 900 estudantes estão a apresentar na 13.ª edição do encontro de Investigação Jovem da Universidade do Porto (IJUP).
Sob a forma de 'poster' (cartaz) ou apresentação oral, neste encontro, que arrancou quarta e decorre até sexta-feira, vão ser apresentados 487 trabalhos.
À semelhança das anteriores edições, os trabalhos na área da saúde, bioquímica e ciências do desporto continuam a ser predominantes.
Ana Catarina Moreira e Carolina Costa, estudantes no 4.º ano do curso de medicina, apresentaram o trabalho científico intitulado "Como a aprendizagem assistida por computador influencia o desempenho dos estudantes de medicina na disciplina de anatomia".
"Queríamos entender como é que o treino, através desta plataforma, ajudava os alunos a terem melhores resultados e influenciava o seu desempenho", afirmou Ana Catarina Moreira, adiantando que a taxa de reprovação nestas disciplinas é "normalmente 50 a 60%".
Durante a investigação, as estudantes observaram que, num total de 611 alunos de medicina, a tecnologia potenciou a aprendizagem, isto porque 90% dos estudantes aderiram a este "novo método de estudo".
"No nosso exame prático temos de identificar estruturas em material cadavérico, através desta aplicação aos alunos eram mostradas duas fotografias desse material cadavérico em dimensões tridimensionais e eles identificaram a estrutura, tal como no exame prático", explicou Carolina Costa.
Por sua vez, a investigação de Vanessa Gomes, estudante de mestrado na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP), teve por base os 'sticks' nasais, método que permite avaliar a “deterioração da função olfativa”.
“Sabemos que a deterioração da função olfativa, muitas das vezes está relacionada com o aparecimento das doenças neurodegenerativas como a demência e o Alzheimer”, afirmou a estudante, adiantando que a deteção “permite intervenções terapêuticas mais precoces”.
Nesse sentido, a jovem trabalhou na otimização das propriedades dos 'sticks', com o objetivo de melhorar a capacidade destes utensílios em reter odores com “mais eficiência”.
Apesar do estudo ser ainda “muito preliminar”, a ideia futura passa por implementar este método de avaliação nos serviços farmacêuticos, avançou Vanessa Gomes.
Entre os vários trabalhos apresentados nestes dois dias, encontram-se também investigações sobre “novos compostos de combate ao cancro da mama”, como a de Cristina Almeida, estudante de mestrado em bioquímica, e até, sobre o “impacto da atividade física em doentes submetidos a cirurgia bariátrica”, como o de Eduardo Seixas, estudante de desporto da Universidade do Porto.
No final do encontro, os melhores trabalhos vão ser avaliados e distinguidos pelos professores e investigadores da universidade, de acordo com área em que se inserem.
O IJUP, que decorre desde 2008, é organizado pela Vice-Reitoria para a Investigação, Inovação e Internacionalização da U. Porto, em conjunto com uma comissão científica composta por professores e investigadores das diferentes faculdades e centros de investigação da Universidade.
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