“Não se trata da liberdade de gosto ou militância clubista de António Costa", considerou, considerando que em causa está a "promiscuidade" entre o "primeiro-ministro de Portugal com o futebol, com um clube e com um candidato", disse Francisco Mota.
Na ótica do líder da estrutura que representa os jovens do CDS-PP, António Costa "ultrapassou todos os limites da vergonha” ao integrar a comissão de honra da recandidatura do presidente benfiquista, Luís Filipe Vieira, na qual também surgem os nomes do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e do líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia.
Em comunicado, o presidente da JP diz que o primeiro-ministro parece “não perceber o lugar que ocupa” e, “depois de confundir o Governo com um partido e um partido com o Estado, agora deliberadamente confunde um primeiro-ministro com um clube”.
Questionado pela Lusa sobre se a sua posição também visa o cargo de deputado, Francisco Mota confirmou que a crítica se dirige a todos os que exercem cargos que possam suscitar conflitos de interesses.
O dirigente centrista lembrou que "cabe aos deputados da Assembleia da República fiscalizar e legislar sobre o futebol" e considerou que "há aqui claramente um problema de conflito de interesses".
“A todos aqueles que, a par do primeiro-ministro, desempenham cargos de conflito de interesses e de fiscalização no plano desportivo, a bem da transparência, devem deixar para o futebol o que é do futebol, porque não podem ser no mesmo plano árbitros e jogadores”, defende Francisco Mota.
“Sabendo os portugueses que existe uma investigação judicial em curso, o país assiste de bancada o seu primeiro-ministro a ser uma testemunha abonatória e a influenciar diretamente o decurso da investigação”, acusa o líder dos jovens centristas, apontando que “esta podia não ser a intenção do primeiro-ministro mas à mulher de César não basta ser é preciso parecer séria”.
De acordo com notícias divulgadas no fim de semana, além de António Costa também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, o líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, ou o deputado do PSD Duarte Pacheco são alguns dos “mais de 500” nomes que integram a comissão de honra de Luís Filipe Vieira.
Depois de no sábado ter recusado comentar “um assunto que não tem rigorosamente nada a ver com a vida política nem com as funções” que desempenha, em declarações aos jornalistas o primeiro-ministro voltou hoje a defender esta posição.
“Mais uma razão acrescida para que não misture de forma alguma aquilo que são as minhas responsabilidades enquanto agente político com coisas que rigorosamente nada têm ou tiveram a ver com a minha vida política ou funções”, disse hoje António Costa.
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