O magistrado Lewis A. Kaplan fez estas observações numa decisão por escrito, em que criticou os argumentos feitos pelos advogados de Trump, que pediram para arquivar as ações civis de 2019 da escritora e colunista E. Jean Carroll, que diz que Trump a violou num provador de um grande armazém de Manhattan, em 1996.

“Este caso ficou em grande parte parado durante anos devido aos repetidos esforços do Sr. Trump para o atrasar. A última moção de Trump (…) é mais uma tentativa de atrasar indevidamente a resolução deste assunto”, sublinhou o juiz.

A decisão aumenta a probabilidade de que Trump enfrente o processo por difamação em 15 de janeiro, numa altura em que arrancam as eleições primárias republicanas para as presidenciais de 2024.

As convenções republicanas de Iowa decorrerão naquele dia e Trump enfrenta ainda quatro acusações criminais em outros processos.

Na Geórgia, Trump e outros 18 arguidos estão acusados por manipulação dos resultados eleitorais naquele Estado norte-americano.

Na Florida, o ex-presidente é acusado de alegada gestão negligente de documentos confidenciais da Casa Branca.

O magnata Republicano está acusado em Washington de ter tentado alterar o resultado das eleições presidenciais de 2020.

Trump é também acusado de falsificar documentos comerciais num caso em Nova Iorque que envolveu a atriz pornográfica Stormy Daniels, com quem o ex-presidente teve um caso em 2006.

Em maio, foi condenado a pagar uma indemnização de cinco milhões de dólares (4,63 milhões de euros) por agressão sexual em 1996 a E. Jean Carroll, com o júri a rejeitar as alegações de violação.

Os advogados da escritora e colunista procuram agora 10 milhões de dólares em danos compensatórios e “substancialmente mais” em danos punitivos por comentários que fez enquanto Presidente e após o veredicto do júri.

Parte da indemnização pedida refere-se a comentários que Trump fez em outubro, quando rejeitou conhecer Carroll e insistiu que o ataque sexual nunca ocorreu e que nunca esteve na loja com ela.

Alegações de difamação referentes a comentários que Trump fez em 2019 depois de Carroll ter revelado a alegada violação pela primeira vez publicamente num livro de memórias e comentários feitos pelo republicano após a sentença, serão considerados no julgamento de janeiro.