"É um dossiê sensível e político. O juiz antes de aceitar instruir o caso pensa na sua segurança e na da sua família. É por isso que os juízes de instrução não estão muito entusiasmados com a ideia de aceitar o caso", disse à AFP fonte judicial.
"Vários juízes de instrução já fizeram saber no tribunal de primeira instância de Port-au-Prince que não estão interessados em trabalhar neste dossiê", acrescentou.
Para tranquilizar os magistrados, o decano do tribunal, Bernard Saint-Vil, afirma ter exigido ao governo que garanta proteção.
"Pedimos agentes de segurança para o juiz. Antes mesmo de se dizer a quem será atribuído o caso, os meios estarão à sua disposição", declarou aos jornalistas o juiz Bernard Saint-Vil.
O magistrado tinha anunciado na quarta-feira que o nome do juiz que ficaria com a instrução do processo relativo ao assassínio do presidente seria conhecido na quinta-feira, mas devido à relutância dos juízes de instrução o prazo não pode ser respeitado.
No âmbito do inquérito à morte do assassínio do presidente, a polícia afirma ter já detido 44 pessoas, incluindo 12 polícias haitianos, 18 colombianos e dois norte-americanos de origem haitiana.
O chefe de Estado haitiano foi assassinado a tiro na sua residência, em Port-au-Prince, na madrugada de 7 de julho, num ataque perpetrado por um comando armado, que entrou na moradia presidencial sem encontrar resistência por parte dos seguranças que deveriam proteger a vida de Jovenel Moïse.
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