Julian Assange, cofundador da Wikileaks, foi detido esta quinta-feira na embaixada do Equador em Londres, onde se encontrava asilado desde 2012. Num comunicado, a polícia indicou que executou um mandado de detenção emitido em 2012 após o Equador ter retirado o direito de asilo ao australiano de 47 anos.
Este foi o momento da detenção do australiano
No Twitter, minutos antes, o perfil da Wikileaks dava conta de que o país da América do sul tinha "ilegalmente" posto fim ao acordo de asilo político "violando a lei internacional" e que Assange tinha sido preso dentro da embaixada pelas autoridades britâncias.
Numa publicação, minutos depois, na mesma rede social, sublinha-se que Assange não saiu do edifício pelo próprio pé e que terá sido o embaixador a convidar as autoridades a entrar.
Assange refugiou-se na embaixada equatoriana na capital britânica em 2012 para evitar a sua extradição para a Suécia, que solicitou que o fundador do Wikileaks se entregasse por supostos crimes sexuais, um processo que entretanto prescreveu.
Assange recusou entregar-se às autoridades britânicas por receio de ser extraditado para os Estados Unidos (EUA), onde poderia enfrentar acusações de espionagem puníveis com prisão perpétua.
O ministro britânico do Interior também confirmou a detenção do australiano no Twitter: "Quase sete anos depois de ter entrado na embaixada do Equador, posso confirmar que Julian Assange está agora sob custódia policial e irá enfrentar a justiça britânica. Gostaria de agradecer ao Equador pela cooperação e à polícia metropolitana de Londres pelo profissionalismo. Ninguém está acima da lei".
No início deste mês o Governo do Equador já tinha dado sinais de mal estar relativamente a Assange e os rumores sobre um recuo no asilo político não são novos.
O Governo do Equador advertiu o australiano, que está refugiado na sua embaixada em Londres desde 2012, para respeitar as regras e manter o respeito para o país, porque ninguém “está acima da lei”.
“Nenhuma pessoa sob a jurisdição do Equador está acima da lei”, sublinhou o Ministério das Relações Exteriores daquele país sul-americano, ressalvando, contudo, à data, que iria manter o asilo ao australiano, que também tem nacionalidade equatoriana.
O portal WikiLeaks alertou no início de Abril que Assange seria expulso da embaixada dentro de “horas ou dias”, informação que teria sido revelada por uma alta fonte do Estado equatoriano.
A mesma informação dava conta de um alegado acordo com o Reino Unido para que se procedesse à sua detenção.
Alguns dos simpatizantes do australiano reuniram-se então à frente da embaixada com sinais de apoio.
Em 2010, o WikiLeaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.
Naquele mesmo ano foram tornados públicos cerca de 250.000 telegramas diplomáticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, que embaraçou Washington.
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