A advogada, Stella Morris, está noiva de Julian Assange desde 2017. Decidiu quebrar agora o anonimato, através de um vídeo de YouTube, para explicar a sua situação e solicitar à Justiça britânica que solte o ativsta, que foi detido há um ano pela polícia do Reino Unido, depois de sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres.

Morris e Assange começaram a namorar em 2015 e juntos tiveram dois filhos, Max e Gabriel, de 1 e 2 anos, respetivamente. Como estava exilado na embaixada do Equador, em Londres, o ativista australiano não pôde assistir presencialmente ao nascimento dos filhos — no entanto, conseguiu ver os dois momentos através de um vídeo. É também de referir que antes de ter sido detido pelas autoridades britânicas, em abril do ano passado, ainda conseguiu estar presencialmente com o filho mais velho na embaixada, como se pode ver nestas fotos.

Ambas as crianças têm cidadania britânica e já foram visitar o pai ao centro de alta segurança de Belmarsh, onde, segundo Morris, Assange não está seguro. Diz a advogada que aos problemas de saúde física e mental contraídos pelo fundador do WikiLeaks durante quase dez anos de confinamento, sem ter sido condenado por nenhum crime, acresce o risco de ser contagiado com o novo coronavírus.  “Ao longo dos últimos cinco anos descobri que o amor faz com que as circunstâncias mais intoleráveis apreçam suportáveis, mas isto é diferente”. A advogada diz que estar “aterrorizada” com a possibilidade de não voltar a ver o ativista com vida.

Depois de o Governo britânico ter admitido libertar temporariamente alguns presos para reduzir a incidência de Covid-19 nas prisões do país, os advogados do australiano pediram para que Assange recebesse liberdade condicional, dadas as condições físicas e mentais do ativista. Porém, no dia 25 de março, a juíza Vanessa Baraitser, do Tribunal de Magistrados de Westminster,  negou o pedido, continuando este a enfrentar a possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser condenado a 175 anos de prisão.

O ativista foi para a Embaixada do Equador em Londres, a fim de evitar ser extraditado para a Suécia, onde era acusado de crimes sexuais, que entretanto prescreveram. Passado sete anos, o direito de asilo ao australiano foi retirado e o fundador do Wikileaks não só foi detido por ter desrespeitado as condições da liberdade condicional em 2012, como também pelo mandado de extradição dos Estados Unidos, que o acusa de espionagem por ter divulgado em 2010, através do WikiLeaks, mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados com ações militares dos EUA no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque.

*com agências