Numa intervenção no Parlamento da Áustria, que ocupa atualmente a presidência rotativa da União Europeia (UE), Jean-Claude Juncker lamentou que o modelo de tomada de decisões por unanimidade condicione estratégias comuns, nomeadamente em relação à China, à Rússia ou a África, algo que, na sua opinião, debilita o bloco comunitário.
“A política externa decide-se por unanimidade, o que, por vezes, faz com que transmitamos uma impressão falsa ao Mundo, porque não chegamos a acordo para uma política internacional sólida e coerente”, alertou.
Para sustentar as suas palavras, o presidente do executivo comunitário recorreu a um exemplo do verão passado, quando um único país – a Grécia, que não nomeou – impediu que a UE pudesse criticar a China no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
“Isso tira-nos a força da palavra e debilita-nos aos olhos do Mundo. Isso é algo que temos de mudar. A tomada de decisões por maioria qualificada não é um ataque à soberania nacional, apesar de muitos assim o entenderem, mas sim uma ferramenta para agir no mesmo sentido”, argumentou.
Juncker disse ainda que os europeus precisam de ser mais capazes de tomar decisões em questões de política externa e esforçarem-se para estarem mais presentes internacionalmente.
“Chegou o momento de os europeus, juntamente com a soberania nacional, reforçarem a soberania da Europa como um todo. Peço que avaliemos de forma correta a nossa força, a Europa é o continente mais pequeno do mundo, os europeus recusam-se a percebê-lo, porque continuam a acreditar que são donos do Mundo”, justificou.
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