"A Alemanha continuará a ter um papel central e, até, mais importante no seio da União Europeia", afirmou o dirigente na entrevista. A chanceler alemã, Angela Merkel, convidou o presidente francês, François Hollande, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, para uma reunião em Berlim na segunda-feira. Neste sábado ocorrerá, também em Berlim, uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros dos seis países fundadores da UE (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo).
A UE está longe de ser perfeita, mas "é o melhor que temos para reunir os países da Europa à mesma mesa e forjar compromissos, de forma a que as pessoas vivam em paz, liberdade e prosperidade". Juncker criticou a irresponsabilidade e a ambivalência do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que convocou o referendo e nesta sexta-feira anunciou a demissão perante a vitória do Brexit. "Quando na segunda-feira se fala mal da Europa, é difícil passar por um europeu convicto no domingo".
O presidente da Comissão estimou que Bruxelas não tem "qualquer responsabilidade" no resultado de um referendo convocado por Cameron "e não pelo Parlamento Europeu, a Comissão ou o Conselho Europeu". Na próxima cimeira da UE, na quarta e quinta-feira, em Bruxelas, será preciso refletir sobre "como podemos atender melhor às preocupações do povo e enfrentar os movimentos populistas de forma decidida e unida", disse Juncker.
O presidente da Comissão não excluiu a hipótese de novos referendos em outros países da UE, na medida em que "os populistas (...) não perdem qualquer oportunidade de fazer muito barulho com as suas políticas antieuropeias". "Mas os efeitos do referendo britânico também podem implicar o fim desta agitação odiosa, quando perceberem que o Reino Unido estava melhor na UE".
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