Navalny, que está preso desde janeiro de 2021, foi inicialmente designado pelas autoridades como um detido com risco de fuga, implicando um reforço das verificações e inspeções na prisão em que se encontra.

Em outubro do ano passado, as autoridades rotularam-no de “terrorista ou extremista”.

“Estava preocupado que me obrigassem a beijar retratos de [Vladimir] Putin [presidente russo] ou que tivesse que aprender citações de [Dmitry] Medvedev [apoiante de Putin], mas não foi necessário. É que o meu beliche agora tem um rótulo que me descreve como terrorista”, disse Navalny, no seu tom habitual satírico, sobre a mudança.

A equipa de defesa do russo recorreu judicialmente da classificação, mas um painel de juízes na região russa de Vladimir, cerca de 100 quilómetros a leste de Moscovo, rejeitou hoje o pedido e decidiu manter a designação.

Navalny, o maior opositor de Putin, foi preso no início do ano depois de regressar da Alemanha, onde estava a recuperar de uma tentativa de envenenamento que, segundo o mesmo, foi orquestrada pelo Kremlin.

Na altura, foi condenado a uma sentença de dois anos e meio por violação da liberdade condicional, mas em março foi condenado a nove anos de prisão por fraude e desrespeito de acusações judiciais, sentença que considera politicamente motivada.

A decisão surgiu depois de um ano de repressão do Kremlin contra todos os apoiantes do opositor ou de outros ativistas de oposição e de jornalistas independentes.

Alguns dos principais apoiantes de Navalny já enfrentaram acusações criminais e viram-se obrigados a deixar o seu país.

A infraestrutura política dos apoiantes de Navalny, constituída por uma fundação anticorrupção e uma rede de escritórios regionais, também foi destruída depois de ser identificada como organização extremista.

O nome de Navalny e de outros associados aparecem agora no registo de terroristas e de extremistas da Rússia.