"Tenciono demitir-me do cargo de líder do partido e de primeiro-ministro assim que o partido tiver escolhido o seu próximo líder. Este país merece uma escolha real. Ficou claro para mim que, se tiver que travar batalhas internas, não poderei ser primeiro-ministro", disse aos jornalistas na capital, Otava.

Em dezembro, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, fez uma profunda remodelação no seu Governo, alterando um terço dos ministros, quando se preparava para enfrentar uma moção de censura que o deveria derrubar.

A remodelação aconteceu depois de uma semana de caos político num país onde reina a confusão após a demissão surpresa da vice-primeira-ministra que discordou de Justin Trudeau sobre a forma como estava a gerir a iminente guerra económica com os Estados Unidos.

Os dois principais grupos da oposição, o Partido Conservador (PC) e o bloco soberanista Quebecois (BQ), já tinham anunciado há semanas a sua intenção de derrubar o Governo de Trudeau para provocar eleições antecipadas.

A demissão da número dois do Governo aumentou ainda mais a pressão, já que Chrystia Freeland saiu em rota de colisão política com Justin Trudeau.

O país procura uma solução para as ameaças do presidente eleito norte-americano, Donald Trump, que prometeu impor tarifas aduaneiras de 25% aos seus vizinhos assim que regressar ao poder, em janeiro.

Uma medida que seria catastrófica para o país, segundo os especialistas, já que os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Canadá e o destino de 75% das exportações do país.